Pedro Nuno diz que “um deles está a mentir”, referindo-se à troca de acusações entre Ventura e Montenegro

Pedro Nuno Santos criticou este Orçamento do Estado dizendo que "este não é o Orçamento do PS!", dizendo que "é mau". E diz que o PS nunca colocaria os "jovens contra os pobres".

Pedro Nuno Santos diz que o que se tem passado nos últimos dias é “uma vergonha”, dizendo que “a direita portuguesa não é de confiança”, referindo-se à acusação de Montenegro a André Ventura ao “mentir” sobre um alegado acordo entre o Governo e o Chega relativamente ao Orçamento do Estado. O líder socialista falava em Vila Nova de Famalicão, nos Congressos Federativos Socialistas.

“Dois líderes partidários a acusarem-se na praça pública de mentira é vergonhoso. O PM tinha dito, na campanha e últimos meses, que não negociaria com o Chega”, disse o líder socialista Pedro Nuno Santos. “E todos nós acreditamos nisso, na firmeza do ‘não’ é ‘não’ do PM. Não sabemos quem mentimos, quem diz a verdade. Mas para dizer que não estava interessado num acordo bastaria uma reunião”. Montenegro e Ventura terão tido cinco reuniões e, por isso, Pedro Nuno Santos diz que “um deles está a mentir. A situação não é boa para ninguém e carece de clarificação para percebermos todos que a palavra do PM é para levar a sério. Não vamos dizer quem mente e quem não mente, não sabemos isso. Sabemos o óbvio: não era preciso mais do que uma reunião”.

“Independentemente do que vai acontecer, este não é nem nunca será o Orçamento do PS! E não é nem será o OE do PS e ficaria surpreendido se algum militante socialista se enganasse. Este OE não é o do PS pelo que tem mas sobretudo pelo que não tem”.

Acrescentando que este OE para 2025 é “mau”, avisando que o PS não colocaria “jovens contra os pobres”.

O líder do Chega acusou o primeiro-ministro de mentir ao país, revelando que Luís Montenegro terá proposto um acordo de viabilização do OE 2025 a André Ventura, no qual previa ainda que, em troca, o partido passasse a integrar o Executivo.

“Nunca o Governo propôs um acordo ao Chega. O que acaba de ser dito pelo Presidente desse partido é simplesmente mentira. É grave mas não passa de mentira e desespero”, escreveu o primeiro-ministro, numa publicação feita, na quinta-feira, na rede social X. “É grave mas não passa de Mentira e Desespero”, acrescentou o primeiro-ministro.

“O primeiro-ministro mentiu. E mentiu porque eu estava lá quando ele quis chegar a um acordo neste ano de Orçamento do Estado“, acusou André Ventura. “O primeiro-ministro negociou com o Chega, quis negociar com o Chega e digo mais: o mesmo primeiro-ministro que disse que connosco não negociava propôs-nos um acordo para este ano”, disse o líder do Chega numa entrevista à CNN Portugal/TVI, na passada quinta-feira.

No entanto, o acordo não terá sido aceite porque o Chega “tem palavra” e tinha proposto um “acordo a quatro anos com transformação e mudança para varrer o socialismo”.

“O mesmo primeiro-ministro que estava disposto a que, mais para a frente, o Chega viesse a integrar o Governo“, sustentou o presidente do Chega, enquanto ia subindo o tom para garantir que o partido não é para “descartar”. “Eu represento 1 milhão e 200 mil eleitores que não estão para jogos de bastidores. Talvez o país nunca viesse a saber esta história, mas hoje sabe porque eu estou a contar.”

Na mesma entrevista, o líder do partido revelou que o acordo terá sido proposto numa reunião, em São Bento, entre o próprio e Luís Montenegro “há três semanas”. A data aponta para que a ocasião tivesse ocorrido a 23 de setembro – altura em que o primeiro-ministro reuniu-se, também, com o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, para discutir a viabilização do OE 2025.

“Esta reunião que estou a falar é de 23 de setembro, mas já tínhamos falado disso antes do verão. O senhor primeiro-ministro não desmentirá isto. Sabe porque é que esse acordo não foi aceite? É porque nós temos palavra”, sublinhou o líder do Chega, durante a entrevista. Momentos depois, e já de madrugada, Ventura avançou com mais detalhes, revelando que o acordo foi, pela primeira vez, proposto no dia 15 de julho.

“No dia 15 de julho, pelas 10h da manhã, tive um encontro não divulgado à imprensa com o primeiro-ministro na sua residência oficial, a pedido do próprio. Foi aqui que pela primeira vez um acordo específico esteve em cima da mesa”, lê-se na publicação na rede social.

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