Receitas da Nestlé caem 2,4% até setembro e grupo revê em baixa previsões para 2024
A empresa justifica a descida das receitas com a quebra do consumo, antecipando que a procura se mantenha fraca, levando a companhia a descer as suas estimativas de receitas para 2024.
As receitas da Nestlé caíram 2,4% até setembro para 67.148 milhões de francos suíços (71.481 milhões de euros) devido ao impacto da taxa de câmbio e à redução da procura dos consumidores, anunciou esta quinta-feira o grupo. O grupo suíço reviu em baixa a previsão de crescimento das vendas para o conjunto do ano.
“A procura por parte dos consumidores enfraqueceu nos últimos meses e esperamos que o ambiente de procura se mantenha fraco. Tendo em conta esta perspetiva e as nossas ações adicionais para reduzir os inventários dos clientes no quarto trimestre, atualizámos a nossa previsão para o ano inteiro, prevendo que o crescimento das vendas orgânicas seja de cerca de 2%, em linha com os primeiros nove meses”, salientou o presidente executivo, Laurent Freixe.
As vendas da Nestlé em termos orgânicos, sem o impacto da taxa de câmbio e as mudanças no perímetro contabilístico da empresa, apresentaram um aumento homólogo de 2% até setembro, incluindo um aumento de 1,6% no preço, salienta a multinacional num comunicado.
Geograficamente, as receitas da Nestlé desceram 2,6% em termos homólogos na América do Norte, para 19.719 milhões de euros, enquanto na Europa o volume de negócios caiu 1,8%, para 14.797 milhões de euros.
No caso da Ásia, Oceânia e África, as receitas totalizaram 13.351 milhões de euros até setembro, mais 5,2% em relação a igual período do ano anterior, enquanto na América Latina o volume de negócios caiu 2,3% para 9.488 milhões de euros e na China desceu 2,3% para 9.488 milhões de euros.
Nos primeiros nove meses do ano, as vendas da Nespresso caíram 0,7% para 4.882 milhões de euros, enquanto o negócio da Nestlé Health Science cresceu 1,3% para 5.232 milhões de euros.
A Nestlé anunciou também uma reorganização da empresa e mudanças na administração executiva, com efeito a partir de 01 de janeiro de 2025, para “acelerar a tomada de decisões e dar um maior impulso às iniciativas globais”.
Como resultado, as zonas da América Latina e América do Norte fundir-se-ão para formar a área das Américas, que será liderada por Steve Presley, e a área da Grande China passará a fazer parte da zona da Ásia, Oceânia e África, liderada por Remy Ejel.
Além disso, David Rennie, atualmente diretor das Marcas de Café da Nestlé, sucederá a Bernard Meunier como diretor das Unidades Estratégicas de Negócio, Marketing e Vendas.
As marcas de café da Nestlé, com exceção da Nespresso, serão integradas nas Unidades Estratégicas de Negócio.
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