Portugal é o 17.º país com mais patentes de origem académica na Europa

A Universidade do Porto é a líder nacional no pedido de patentes europeias, mostra um estudo da OEP. Na Europa, 5% das universidades do continente valem 50% das patentes da academia.

Portugal ocupa o 17. º lugar na Europa no ranking dos países com mais patentes de origem académica, de acordo com um relatório da Organização Europeia de Patentes (OEP), publicado esta terça-feira. As universidades portuguesas são responsáveis por 0,76% de todas as patentes académicas da Europa, resultando num total de 818 patentes europeias nas últimas duas décadas.

O relatório, baseado em dados relativos a 1.200 universidades europeias que submeteram pedidos de patente à OEP entre 2000 e 2020, mostra que Portugal tem 39 instituições que depositaram, pelo menos, um pedido de patente europeia de origem académica na OEP neste período. A Universidade do Porto detém o maior número de pedidos de patentes académicas entre as universidades portuguesas (207). Segue-se a Universidade Nova de Lisboa (155), a Universidade de Lisboa (148), a Universidade do Minho (131) e o Instituto Superior Técnico (115). As áreas da farmacêutica e biotecnologia lideram os pedidos de patentes académicas submetidos.

Um pequeno número de universidades na Europa (5% das 1.200 universidades abrangidas pelo estudo, incluindo, por exemplo, a Universidade de Grenoble Alpes, a Universidade Técnica de Munique, a Universidade de Oxford e o Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique, entre outras) é responsável por metade de todos os pedidos de patentes académicas.

As patentes académicas portuguesas representam 34,2% de todos os pedidos de patentes europeias apresentados por requerentes portugueses à Organização Europeia de Patentes, no período de 2000-2020.

França (13.777), Alemanha (12.770), Reino Unido (8.153) e Itália (2.884) lideram o número total de patentes académicas no período de 2000 a 2020, de acordo com o estudo desenvolvido através do Observatório de Patentes e Tecnologia da Organização Europeia de Patentes.

Dois terços de todos os pedidos de patentes com origem em universidades europeias nas últimas duas décadas não foram apresentados diretamente pelas próprias universidades, mas por outras entidades, sendo na sua maioria empresas, entre as quais as pequenas e médias empresas que representam 30% desses pedidos”, lê-se no relatório.

No entanto, a análise mostra que as “universidades europeias aumentaram substancialmente o número de pedidos de patente de invenção académicas, tendo a proporção aumentado de 24% de todos os pedidos de patentes académicas em 2000 para 45% em 2019, indicando uma mudança significativa na prática e na política de proteção e gestão da propriedade intelectual”.

“A Europa tem uma longa tradição de excelência académica, mas por vezes temos dificuldade em transformar a investigação em sucesso comercial”, afirmou o presidente da OEP. António Campinos realça ainda que “ao explorar o potencial inerente a uma patente, seja através da concessão de licenças, da colaboração com a indústria ou através da criação de startups, as universidades podem ampliar o seu impacto, gerando valor comercial e social”.

 

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