Santa Casa mais próxima de entrar no capital do Montepio
A Associação Mutualista e a Santa Casa assinaram um protocolo para o desenvolvimento de uma banco social. A Santa Casa prepara-se para ter uma posição no banco, mas pode haver mais investidores.
A Associação Mutualista Montepio Geral e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) assinaram esta sexta-feira um memorando de entendimento “tendo por objetivo estabelecer uma parceria entre as entidades no âmbito do desenvolvimento nacional da economia social”, de acordo com um comunicado. A entidade liderada por Tomás Correia afirma que esta parceria vai permitir a participação da Santa Casa no capital da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG).
“O memorando agora assinado contempla a possibilidade de uma participação da SCML na CEMG”, lê-se no comunicado enviado às redações. Confirma-se assim que a entidade liderada por Santana Lopes irá participar no capital do banco liderado por Félix Morgado. Mas nunca é referida qual poderá ser a participação no banco. Luís Marques Mendes, comentador da SIC, tinha avançado com a possibilidade de “a participação chegar a 10%”.
Com este protocolo, fica em aberto “ajustamentos do modelo de governo da CEMG em moldes que permitam, com pleno respeito pela independência do órgão de administração, contemplar mecanismos adequados de salvaguarda do valor e da participação dos seus acionistas”. Ou seja, a SCML poderá eventualmente nomear administradores para o Montepio.
Santana Lopes já tinha dito que estava a analisar a possibilidade de vir a participar numa solução para a instituição financeira. Mas deixou sempre claro que a Santa Casa não iria “entrar em aventuras”. A entrada no capital não será exclusiva da Santa Casa, uma vez que o memorando prevê “a participação de outras instituições da economia social no capital da CEMG”.
Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, e nomeada para ocupar o cargo de vice-governadora, referiu que há “vários interessados” no banco liderado por Félix Morgado. “Posso garantir que, potencialmente, fomos contactados por mais [investidores, além da Santa Casa]. Em termos de informação apenas, que é a única competência que temos. Mas isso é um assunto que nos extravasa completamente”, revelou.
Banco de cariz social. Parcerias na saúde
As duas entidades “reafirmam a vontade e o empenho em que este processo seja o mais aberto possível ao universo da economia social, com envolvimento ativo de outras instituições sociais no processo negocial que se siga, todas com um objetivo comum: contribuir para que, com salvaguarda dos interesses e deveres de cada participante, a CEMG seja uma instituição financeira da economia social, de referência no sistema bancário nacional”.
A Associação Mutualista e a SCML concordaram também em “analisar o alargamento do seu entendimento a outras áreas, nomeadamente a da saúde, nas suas diferentes vertentes, e a outras áreas de intervenção e apoio social. Com esta visão ampla de parceria entre o MGAM e a SCML será dado um contributo muito significativo ao desenvolvimento da economia social em Portugal”.
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