Santana Lopes: Mera entrada da Santa Casa no Montepio é “muito pouco” aliciante

  • ECO
  • 29 Junho 2017

Santana Lopes diz que fazem "falta mais alguns pedidos de desculpa em Portugal, nomeadamente pela tragédia" de Pedrógão Grande. Marcelo Devia fazê-lo, diz o provedor.

Pedro Santana Lopes entende que a mera entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) no Montepio é “muito pouco” ou “nada” aliciante. Mas veria com bons olhos a construção de um verdadeiro banco da economia social. Porém, para isto o tempo é curto.

Em entrevista ao Público (acesso pago) e Rádio Renascença, o Provedor da Santa Casa avisa já que se sente “100% livre” para dizer não ao Montepio: “ninguém me leva para onde eu não quero ir”, garante.

“Para ser só uma entrada da Santa Casa e de algumas outras misericórdias no Montepio acho muito pouco aliciante, muito pouco aliciante, ou nada mesmo”, disse Santana Lopes. “Se fosse um projeto como há anos vem sendo falado de criação de um verdadeiro banco da economia social, que podia ter alguma base no Montepio ou não, muito bem. Só que para isso o tempo é muito apertado. Esse é um projeto que demoraria um ano, no mínimo, a levar por diante”, acrescentou o provedor.

Santana Lopes ainda que o processo está longe de finalizado: “todas as notícias que disseram que o processo estava à beira de ser concluído não eram manifestamente exageradas, eram absolutamente exageradas”.

Olhando já para o cenário político, Santana Lopes acredita que Passos Coelho ganhará a Rui Rio e a Morais Sarmento. Salienta ainda que o líder do PSD “é mais primeiro-ministro do que líder da oposição”. “Cada um tem o seu perfil”, atira.

Passos “esforça-se”, avança o antigo primeiro-ministro, e o resultado disso “às vezes é melhor, outras é menos bom”. “Ele próprio reconhecerá que, pronto, não tem corrido bem. Os líderes da oposição normalmente têm sondagens muito más. Mas vou dizer-lhe assim: enquanto o Dr. Passos Coelho for líder, salvo alguma circunstância excecional, eu estarei ao seu lado, porque acho que ele merece que o partido lhe dê esse crédito, dadas as provas que deu enquanto primeiro-ministro e os serviços que prestou ao país”, sublinhou.

Quanto à polémica em torno do incêndio de Pedrógão Grande, Santana diz que não acompanhou o processo do SIRESP enquanto era governante, o sistema que tem sido agora centro das atenções. Sobre as declarações de Passos Coelho, que falou em suicídios decorrentes do incêndio mas acabou depois por recuar, o provedor da Santa Casa diz que não gosta “de criticar quem já pediu desculpas”.

“Acho que pedir desculpa é muito bonito e talvez façam falta mais alguns pedidos de desculpa em Portugal, nomeadamente pela tragédia, em nome do Estado”, adiantou. Por parte de quem? “O Presidente da República, por exemplo, que tem estado muito bem em todo este processo, mas ele saberá quando o fazer”

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