“Onda de revolta” e “reforço policial” nas ruas. O que diz a imprensa internacional sobre os desacatos em Lisboa

  • ECO
  • 12:27

Da vizinha Espanha até cruzar o Atlântico e chegar ao Brasil, vários órgãos internacionais têm relatado os distúrbios registados em bairros de Lisboa desde a morte de Odair Moniz, baleado pela PSP.

Numa semana marcada por desacatos em algumas zonas da Grande Lisboa na sequência da morte de Odair Moniz, um cidadão cabo-verdiano baleado pela PSP na noite de segunda-feira, alguns órgãos de comunicação de referência a nível internacional têm noticiado sobre o tema. Além de serem referidas as medidas entretanto anunciadas pelo Governo para conter os distúrbios, como o reforço policial nas ruas, alguns jornais dão destaque também ao papel de Odair Moniz no bairro da Cova da Moura desde que saiu da prisão após um passado de tráfico de droga, roubo e condução sem carta.

Bloomberg: “Portugal aumenta presença policial em Lisboa após autocarros incendiados”

A edição europeia da Bloomberg dá destaque aos resultados da reunião de quinta-feira entre o Governo e os autarcas dos 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa (AML). “O reforço das forças policiais vai continuar, conforme necessário”, lê-se no site da agência noticiosa financeira, que citava o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

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El País: “Morte de imigrante africano baleado pela polícia provoca tumultos nos subúrbios de Lisboa”

No país vizinho, o El País começa por referir o passado de Odair Moniz, o cidadão cabo-verdiano baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira: “Envolveu-se no tráfico de droga, roubou, conduziu sem carta e acabou na cadeia”. “Mas essa vida ficou para trás“, escreve depois o diário espanhol, apontando que a vítima, de 43 anos, era agora um “empregado de mesa que tinha tido o terceiro filho há dois anos e estava reintegrado na sociedade”, sem “contas pendentes com a justiça ou com a polícia”.

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Le Fígaro: “Portugal abalado por tumultos nos subúrbios de Lisboa”

Já o Le Fígaro expõe as medidas anunciadas pelo ministro António Leitão Amaro para pôr fim aos distúrbios que se verificaram nas últimas noites em “vários bairros desfavorecidos da periferia de Lisboa”, desde “a utilização de todos os meios disponíveis” ao “aumento do número de polícias no terreno” e ao recurso à vigilância área e às redes sociais.

Além disso, o jornal francês faz referência ao facto de a versão da PSP sobre a morte de Odair Moniz estar a ser “posta em causa” por vários órgãos de comunicação social, bem como à “manifestação pacífica de protesto contra a violência policial nos bairros” agendada para sábado.

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Reuters: “Distúrbios em Lisboa depois de a polícia ter matado um homem negro”

A agência de notícias relata sobre “os autocarros e caixotes do lixo incendiados e o arremesso de pedras” nas noites de distúrbios que “abalaram os arredores” de Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano baleado pela polícia na madrugada de segunda-feira. “O grupo de defesa dos direitos humanos SOS Racismo afirmou que o homem se tinha juntado a uma longa lista de negros mortos pela polícia”, escreve a Reuters.

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Daily Express: “Aviso de viagem para Portugal à medida que Lisboa é assolada por violência agressiva”

“Uma cidade europeia adorada pelos britânicos para escapadelas foi abalada por duas noites de carnificina, com agentes da polícia de choque a serem destacados após a violência ter eclodido na sequência do tiroteio policial contra um pai de dois filhos”, lê-se, por sua vez, no tabloide inglês Daily Express, numa referência mais sensacionalista aos distúrbios dos últimos dias registados em várias zonas de Lisboa.

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Portal UOL: “Morte de imigrante negro por policial em Portugal causa revolta”

Do outro lado do Atlântico, o portal brasileiro UOL escreve sobre a “onda de revolta” em Lisboa, com “diversos veículos incendiados e alguns presos”, na sequência da morte de Odair Moniz, baleado pela polícia no bairro do Zambujal. Aos pormenores e versões sobre o que se sabe até agora acerca do caso, o UOL cita as declarações do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que classificou a morte do cidadão natural do seu país como um “episódio trágico que entristece a todos” e manifestou “solidariedade à família enlutada”.

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Folha de São Paulo: “Lisboa tem depredação e carros incendiados após morte de imigrante africano”

O Folha de São Paulo reporta sobre os danos que resultaram dos tumultos registados naquela que é “considerada uma das capitais mais seguras e pacíficas da Europa”. Mas o jornal brasileiro dá destaque, sobretudo, ao papel de Odair Moniz e ao seu papel no bairro onde vivia, descrevendo-o como um cidadão “popular” da Cova da Moura que “fazia trabalhos comunitários”, era “dono de um pequeno café que se tornou ponto de encontro” e que “aos sábados servia cachupa”.

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