Trump eleito Presidente, caminha para vitória total nas eleições

Além de assegurar a Presidência, o Partido Republicano já garantiu a maioria no Senado e poderá manter o controlo da Câmara dos Representantes. Trump promete "ajudar o país a curar-se".

Ao contrário do que apontavam as sondagens, a corrida à Casa Branca acabou por não ser renhida. Donald Trump conseguiu a maioria no Colégio Eleitoral e deverá mesmo bater Kamala Harris por uma margem confortável. O Partido Republicano já assegurou a maioria no Senado e poderá manter o controlo da Câmara dos Representantes, assegurando uma vitória total.

Gostaria de agradecer ao povo americano a extraordinária honra de ter sido eleito o vosso 47.º Presidente”, afirmou Trump no discurso de vitória, esta madrugada, na Florida, antes ainda de assegurar os votos necessários no Colégio Eleitoral, mas numa altura em que a Fox News já dava como certa a sua eleição. Garantiu que irá cumprir as promessas feitas e trazer uma “época de ouro” ao país.

"É o momento de deixar para trás as divisões dos últimos quatro anos. É hora de nos unirmos. Vamos tentar. Temos de tentar, e vai acontecer.”

Donald Trump

Candidato republicano à Presidência dos EUA

Mais conciliador do que durante a campanha, afirmou que irá “ajudar o país a curar-se” e unir os americanos. “É o momento de deixar para trás as divisões dos últimos quatro anos. É hora de nos unirmos. Vamos tentar. Temos de tentar, e vai acontecer”, disse.

Donald Trump já assegurou 277 votos no Colégio Eleitoral, mais sete que o necessário para a maioria, e Kamala Harris 224. Dos sete estados que oscilam entre republicanos e democratas, os swing states, venceu em quatro (Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin) e a projeção do The New York Times aponta-o como favorito nos restantes três (Arizona, Michigan, Nevada).

Donald Trump deverá, além disso, tornar-se o primeiro Presidente republicano a vencer o voto popular em 20 anos. Segue com mais de 71 milhões de votos (51%), bem à frente dos 66,2 milhões de votos (47,5%) já conseguidos por Kamala Harris, às 12h00 em Portugal continental.

“Penso que acabámos de testemunhar o maior regresso político na história dos EUA”, afirmou o futuro vice-presidente, JD Vance, que também subiu ao palco da sede de campanha de Donald Trump, que regressa à Casa Branca apesar de enfrentar quatro acusações criminais, uma delas por ter tentado reverter o resultado das eleições em 2020.

Com 51 membros, o Partido Republicano conseguiu já assegurar a maioria no Senado e vai à frente na contagem para a Câmara dos Representantes, com 197 lugares contra 177 do Partido Democrata.

O impacto da inflação e taxas de juro mais elevadas no poder de compra de muitos americanos acabou por favorecer Donald Trump, assim como o discurso contra a imigração e de combate à criminalidade.

As sondagens e análises aos resultados já divulgados, indicam ainda que o candidato republicano conseguiu conquistar voto latino e negro ao Partido Democrata.

Os mercados reagiram em alta à vitória de Donald Trump, com os contratos futuros dos principais índices de ações dos EUA e o dólar a valorizarem, após o candidato republicano ter reclamado vitória. A Bitcoin atingiu um novo recorde. Em sentido contrário, as obrigações do Tesouro (Treasuries) registaram quedas, fazendo subir as taxas de juro, numa reação à possibilidade de um contexto de maior inflação.

Aumento do protecionismo comercial

Donald Trump, que tomará posse a 20 de janeiro, foi já felicitado por vários líderes mundiais, entre eles o primeiro-ministro de Israel, o presidente da Ucrânia, o Presidente francês, o primeiro-ministro do Reino Unido ou o Presidente Indiano.

O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, deu também os parabéns a Donald Trump pelo resultado e afirmou, numa mensagem na rede social X, estar empenhado em trabalhar numa “colaboração estreita” a nível bilateral e multilateral, na NATO.

"Estou ansiosa por trabalhar novamente com o Presidente Trump para promover uma forte agenda transatlântica.”

Ursula Von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

A presidente da Comissão Europeia também já felicitou Donald Trump. “Felicito calorosamente Donald J. Trump pela sua eleição como 47º Presidente dos EUA. Estou ansiosa por trabalhar novamente com o Presidente Trump para promover uma forte agenda transatlântica”, afirmou Ursula Von der Leyen. Os principais líderes da União Europeia não esperam, no entanto, vida fácil com o regresso do republicano à Casa Branca.

A política económica de Trump passa por um aumento generalizado das taxas aduaneiras, com um mínimo de 10%, que irá penalizar a competitividade dos produtos europeus nos EUA e poderá levar à deslocalização de investimentos.

No plano político, a sua vitória cria maior incerteza em relação à Guerra na Ucrânia e ao papel dos EUA na NATO, uma vez que defende um menor envolvimento do país em conflitos externos. Trump afirmou que acabaria com o conflito entre Kiev e Moscovo “em 24 horas”, o que pode implicar cedências significativas a Vladimir Putin.

(Artigo atualizado às 12h05)

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