Dos Estados Unidos à China, passando pela Europa. As principais ausências da COP29
Principais líderes políticos não estarão presentes na maior conferência para o clima, em Baku. Von der Leyen, Scholz, Sánchez e Biden são alguma das ausências, a par de Luís Montenegro.
Esta segunda-feira arranca mais uma Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP 29). A 29ª edição tem lugar entre 11 e 22 de novembro, em Baku, no Azerbaijão, e ocorre numa altura de tensões geopolíticas e transições políticas, dois fatores que obrigam a que alguns dos principais líderes não marquem presença na conferência deste ano. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Pedro Sánchez, primeiro-ministro de Espanha, Olaf Scholz, chanceler alemão e Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, são alguns dos nomes que vão falhar a principal conferência da ONU dedicada às alterações climáticas. Também o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, não consta das confirmações.
O executivo comunitário, que foi um dos primeiros do mundo a assumir o compromisso da neutralidade carbónica até 2050, não estará representado pela presidente da Comissão Europeia, mas sim pelo Comissário europeu para a Ação Climática, o neerlandês Wopke Hoekstra, que estará acompanhado pelo Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Ursula von der Leyen deverá permanecer em Bruxelas, numa altura em que o Parlamento Europeu entra na fase final das audições dos comissário indigitados para o novo colégio. Maria Luís Albuquerque, indicada por Portugal, já foi aprovada para ser a próxima Comissária para os Serviços Financeiros e Uniao das Poupanças e Investimentos mas só deverá tomar posse a 1 de dezembro, juntamente com os restantes comissários indigitados. Nessa altura, o executivo comunitário dará início ao seu mandato.
“A Comissão encontra-se numa fase de transição e a Presidente irá, por conseguinte, concentrar-se nas suas funções institucionais”, explicou um porta-voz da Comissão Europeia ao ECO.
Da parte do Parlamento Europeu, Roberta Metsola também não estará presente, estando a instituição representada, em alternativa, pela eurodeputada portuguesa Lídia Pereira, que levará consigo em nome do Parlamento Europeu um conjunto de propostas, entre as quais o objetivo de aumentar o teto de financiamento sustentável global, atualmente nos 100 mil milhões de euros, tal como avançou o ECO/Capital Verde.
A eurodeputada e vice-presidente da bancada do Partido Popular Europeu (PPE) não viajará sozinha para Baku. Enquanto presidente da delegação do Parlamento Europeu, Lídia Pereira estará acompanhada por mais 14 eurodeputados.
De Portugal, o Governo estará representado pela ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa e ainda a Secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão e a secretária de Estado da gestão de Saúde, Cristina Vaz Tomé.
A comitiva portuguesa estará acompanhada pelo chefe da delegação da Assembleia da República e Presidente Comissão do Ambiente e Energia da Assembleia da República, Salvador Malheiro, a deputada Rita Matias, do Chega, Ricardo Pinheiro, deputado do PS e Carlos Cação, deputado do PSD.
Devido às inundações devastadoras em Valência, na semana passada, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, também ficará dentro das fronteiras do seu país, numa altura em que decorrem as missões de resgate na região e as autoridades prestam apoios às vítimas. Por seu lado, na Alemanha, o mais recente terramoto político obrigou a que o chanceler Olaf Scholz cancelasse a comparência na COP29. A participação do líder alemão estava prevista no arranque das negociações da cimeira, em Baku, mas a demissão do ministro das Finanças e a convocatória para uma moção de confiança — que deverá resultar em eleições antecipadas — obrigou a que o chanceler permanecesse em Berlim.
Do outro lado do Atlântico, os chefes-máximos do México, Brasil, Canadá e Estados Unidos não irão juntar-se às discussões climáticas em Baku. Lula da Silva está a recuperar de um traumatismo, pelo que deverá permanecer em Brasília para recobro e Joe Biden ficará pela Casa Branca, numa altura em que se prepara para passar o testemunho a Donald Trump, que venceu as eleições presidenciais e tomará posse, 20 de janeiro, como o 47º presidente eleito. Os líderes da China, do Japão, e da Austrália também não constam da última agenda da ONU para os discursos dos líderes na COP29, de acordo com a Reuters.
Em sentido contrário, espera-se a presença do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer e da homóloga italiana, Giorgia Meloni, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky e ainda o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Por seu turno, a Rússia estará representada pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin, de acordo com a agência noticiosa.
Embora os líderes das principais economias não estejam presentes para a COP29, espera-se a comparência dos mesmos na cimeira do Grupo dos 20, que se realiza no Brasil a 18 e 19 de novembro. A reunião servirá também para discutir os esforços dos países para financiar a transição climática.
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