Ministro da Economia admite privatizar participações da Portugal Ventures

  • Lusa
  • 14 Novembro 2024

"Qual é o sentido de o Estado investir em participações de capital e especificamente, nomeadamente, no capital semente ou áreas de muito expertise?”, questiona Pedro Reis.

O ministro da Economia disse esta quinta-feira que quer promover uma reflexão sobre o investimento do Estado em participações de capital e admitiu a privatização de algumas destas da Portugal Ventures, sociedade pública gestora de fundos de capital de risco.

Tenho estado a abordar a questão com a atual administração do Banco Português de Fomento e com outros membros do Governo, qual é o sentido de o Estado investir em participações de capital e especificamente, nomeadamente, no capital semente ou áreas de muito expertise?”, afirmou Pedro Reis, que está a ser ouvido esta tarde na Assembleia da República, no âmbito da discussão, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

O governante respondia a questões do deputado Carlos Guimarães Pinto, da IL, sobre se admite a extinção da Portugal Ventures, sociedade pública gestora de fundos de capital de risco, incluída no Banco Português de Fomento, vocacionada para apoiar o desenvolvimento de projetos inovadores e competitivos.

“Acho que é um dos cenários que tem de se colocar, sinceramente”, respondeu Pedro Reis. O ministro da Economia defendeu uma reflexão “exigente, fria, racional e objetiva” e apontou que, se se concluir que não faz sentido o Estado investir em participações de capital, deve-se pensar no que “melhor protege o interesse público e aconselhar a venda”.

Mais tarde, o ministro clarificou que defende a ponderação de “um cenário em que haja algumas participações que não façam sentido e colocar a Portugal Ventures cada vez mais numa estratégia de coinvestimento de fundos, reciclá-la, revitalizá-la, repensá-la”.

“Nesse trabalho, estratégia de coinvestimento, podemos fazer participar os grandes grupos económicos e as ‘portugais ventures’ dessa nova formulação, nova encarnação, para coinvestir com as pequenas e médias empresas, acho que é interessante”, acrescentou.

A Portugal Ventures foi criada em 2012 e, segundo uma análise do jornal de Negócios publicada em junho, a sociedade de capital de risco acumulou perdas de 123,7 milhões de euros desde a sua fundação.

(Notícia atualizada e título corrigido às 19h54)

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