Governo vê “importante consenso” na COP29. Mas aponta o dedo a países produtores de petróleo na mitigação
"Gostaríamos de ter visto mais ambição na vertente da mitigação, mas tal não foi possível face ao bloqueio dos países produtores de combustíveis fósseis", afirma a ministra do Ambiente.
O Governo português mostra-se satisfeito com o acordo conseguido na 29.ª Conferência do Clima (COP29). No entanto, aponta o dedo aos países produtores de petróleo no que toca à pasta da mitigação, na qual o Governo português acredita que se deveria ter tido “mais ambição”.
O acordo para o financiamento climático anual de 300 milhões de dólares anuais até 2035 é considerado pelo ministério do Ambiente e Energia “um importante consenso”, conseguido apesar das “complexas circunstâncias” nas quais decorreu a negociação. Já a eurodeputada Lídia Pereira, que liderou a delegação do Parlamento Europeu que esteve presente na COP29, refere-se na sua conta da rede social X a este acordo como um “progresso importante”, mas ressalva que “temos de conseguir ir ainda mais longe na COP30”.
“Gostaríamos de ter visto mais ambição na vertente da mitigação, mas tal não foi possível face ao bloqueio dos países produtores de combustíveis fósseis. Ainda assim, não retrocedemos e conseguimos manter vivas as metas alcançadas na COP28″, contrabalança a ministra, Maria da Graça Carvalho, citada no comunicado.
Do acordo resultou também a ampliação da base de doadores, ainda que de forma voluntária, para a nova meta de financiamento climático pós-2025, “estreitando a diferença de abordagem entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, realça ainda o comunicado.
No que diz respeito à decisão sobre a operacionalização dos mercados de carbono, no âmbito do acordo de Paris, o Governo destaca que “este é um resultado que permitirá apoiar os esforços de mitigação para implementação das contribuições nacionais por parte dos países desenvolvidos e ao mesmo tempo canalizar investimento público ou privado para os países em desenvolvimento”. Lídia Pereira saúda também o acordo fechado para um mercado global de créditos de carbono, fundamental para financiar a reflorestação e energias limpas.
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