Dois anos depois, Generali entra no capital do Banco CTT com injeção de 25 milhões

Dois anos depois, seguradora entra finalmente no capital do Banco CTT. Paga 25 milhões de euros por uma participação de 8,71%. Pedro Carvalho nomeado administrador não executivo do banco.

A Generali Tranquilidade é o novo acionista do Banco CTT. A seguradora acabou de injetar 25 milhões de euros no banco dos Correios para ficar com uma participação de 8,71% do capital. E já indicou o nome do seu CEO, Pedro Carvalho, para a administrador não executivo.

A operação foi anunciada em novembro de 2022, mas só dois anos depois ficou concluída, através de um aumento de capital que se concretizou esta sexta-feira, e depois de o processo ter obtido todas as autorizações regulatórias, incluindo o fit & proper para Pedro Carvalho. A transação avalia o Banco CTT em cerca de 290 milhões de euros.

Contactados pelo ECO, os CTT não responderam até à publicação deste artigo. A operação foi entretanto comunicada ao mercado, confirmando a notícia avançada em primeira mão pelo ECO.

O acordo com a Generali Tranquilidade prevê a distribuição de seguros de vida e de ramos reais na rede dos CTT e também do banco, através de contratos de distribuição de longo prazo, com períodos de exclusividade renováveis de cinco anos. “A comercialização de produtos de seguro já está a decorrer e tem tido uma forte adesão”, sinalizam os CTT no comunicado partilhado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliarios (CMVM).

No mesmo comunicado, os Correios sublinham ainda que “o aumento de capital irá reforçar a posição de capital do Banco CTT, sendo este reforço traduzido num impacto positivo de aproximadamente 230 pontos base no rácio de capital CET1 pro-forma fully loaded reportado a 30 de setembro de 2024, e assim suportar o desenvolvimento do Banco CTT”.

“Acreditamos que este co-acionista de longo prazo no Banco CTT trará muito valor à expansão do negócio de bancassurance e permitirá robustecer a trajetória de crescimento do banco”, considera o CEO dos CTT, João Bento, em comunicado enviado às redações.

Do lado da Generali, Pedro Carvalho diz tratar-se de “uma etapa-chave na concretização do plano de investimento do grupo em Portugal”. “Estamos seguros de que esta parceria com o Grupo CTT nos vai permitir alargar o nosso mercado e crescer de forma sustentada e duradoura”, referiu.

CTT admitem vender totalidade do banco

Em maio, o CEO dos CTT, João Bento, admitiu à agência Bloomberg a possibilidade de vender todo o capital do banco. “Estamos a considerar todas as possibilidades, até vender a totalidade do banco. A minha preferência seria nós mantermos uma posição minoritária no banco, visto que ele irá operar na nossa rede de lojas”, afirmou João Bento, citado pela agência financeira, situando o valor contabilístico do Banco CTT no final do ano passado nos 270 milhões.

O Banco CTT registou lucros de 14 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 12% em comparação com o ano anterior, beneficiando do ambiente de taxas de juro elevadas, como o resto do setor.

Com perto de 660 mil contas à ordem, o banco explora uma carteira de depósitos de quase 3,5 mil milhões de euros e uma carteira de crédito (automóvel e habitação) superior a 1,6 mil milhões.

(Notícia atualizada às 17h03 com comunicado dos CTT)

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