TAP admite subir preços para acomodar custo de combustíveis sustentáveis
CEO da TAP afirma que custo dos combustíveis sustentáveis é três a quatro vezes mais elevado. Tal como os concorrentes, a empresa admite aplicar uma nova taxa, mas só em voos internacionais.
A TAP vai refletir nos preços das passagens a incorporação de combustíveis sustentáveis, que começa a ser obrigatória a partir do próximo ano, afirmou o CEO, Luís Rodrigues.
A sustentabilidade é um tema “que temos que respeitar com toda a certeza, mas que tem custos que nós temos que gerir, nomeadamente o tema de produção de combustíveis alternativos, os famosos Sustainable Aviation Fuels (SAF)”, afirmou o presidente executivo da TAP.
Luís Rodrigues garantiu que “as companhias aéreas estão preparadas” e que “tecnicamente está provado” que estes combustíveis “são tão bons como outros quaisquer”. “Mas economicamente não estamos preparados, porque o custo que neste momento temos de enfrentar é 3 a 4 vezes mais alto que o custo do combustível normal”, sublinhou.
A TAP vai ter de refletir esse custo no preço das passagens, mas apenas nos voos internacionais. “Há uns meses atrás, já houve algumas companhias na Europa que anunciaram que iram ter que refletir isso nos presos. É difícil que não seja assim. A questão é sempre o montante. Já começamos a discutir fazê-lo nos preços que praticamos”, afirmou Luís Rodrigues.
“Temos claro para nós que os preços domésticos estarão sempre isentos disso. Não vamos cobrar por isso nas rotas entre Lisboa, Porto, Faro e ilhas”, garantiu o CEO.
Questionado sobre se o sobrecusto se traduziria numa sobretaxa adicional, Luís Rodrigues respondeu que “tipicamente é isso que acontece”.
A Lufthansa anunciou em junho que ia passar a cobrar um valor extra de entre 1 e 72 euros por bilhete para “cobrir parte dos custos adicionais crescentes devido aos requisitos ambientais regulatórios”.
O presidente executivo da TAP deixou críticas ao excesso de regulação decorrente das novas regras de sustentabilidade, que não se limita à utilização dos combustíveis sustentáveis.
“A parte de legislação que estivemos a analisar, e que estamos obrigados a fazer por imposição regulatória — e não estou a falar da ANAC, estou a falar do geral — obriga a medir 260 critérios. É impensável medir 260 critérios com a mesma estrutura que temos hoje. Portanto, a equipa não produtiva, porque todo esse trabalho é não produtivo, não vende mais nem reduz custos, é algo que estamos obrigados a fazer, porque senão corremos o risco de de ser multados significativamente”, afirmou Luís Rodrigues.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
TAP admite subir preços para acomodar custo de combustíveis sustentáveis
{{ noCommentsLabel }}