CEO da Mota aproveita “tombo” de 11% das ações para reforçar no capital
Carlos Mota dos Santos informou que comprou um bloco de 15 mil ações da empresa, num investimento superior a 39 mil euros, no dia em que a construtora está sob forte pressão em bolsa.
O CEO da Mota-Engil, Carlos Mota Santos, aproveitou a forte queda registada pelas ações esta quinta-feira para reforçar a sua posição no capital da construtora. O líder da empresa comprou um bloco de 15 mil ações, num investimento superior a 39 mil euros, mostrando que continua confiante na evolução dos títulos, que afundaram mais de 11%, na pior sessão em mais de um ano.
Os títulos da Mota-Engil fechou a afundar 11,51% para 2,49 euros, naquela que é a pior sessão da empresa desde outubro de 2023, apesar de não ser conhecida nenhuma notícia que justifique esta queda. A correção ocorre após uma série de cinco sessões consecutivas de ganhos, um período no qual os títulos ganharam 10,4%.
Procurando dar uma mensagem positiva ao mercado, o líder da empresa esteve no mercado a reforçar a sua participação.
De acordo com um comunicado enviado à CMVM, o empresário comprou em bolsa, esta quinta-feira, dia 5 de dezembro, 15 mil ações, com um preço médio de 2,613 euros, o que perfaz um investimento total de 39.195 euros.
Após esta transação, Carlos Mota dos Santos passou a ser titular de 170.000 ações representativas do capital social da Mota-Engil, correspondentes a 0,06% do capital.
A Mota-Engil tem vindo a ser muito penalizada em bolsa, este ano. Os títulos acumulam, em 2024, uma desvalorização de 39,64%. Um comportamento que os gestores da empresa têm vindo a atribuir a movimentos especulativos.
“Fomos este ano a vítima perfeita para um hedge fund ou para um fundo abutre. Fomos a ação que melhor desempenho teve em 2023, logo um alvo interessante para esses fundos”, adiantou na semana passada o CFO José Carlos Nogueira, em declarações exclusivas ao ECO. O administrador financeiro da empresa lembra que estes fundos especuladores identificam muitas vezes as empresas onde vão assumir posições através de algoritmos “e a Mota-Engil foi a ação que mais chamou a atenção”, após o disparo de 238,5% no último ano.
Conforme explica o administrador responsável pelo pelouro financeiro da empresa, “num mercado de capitais infelizmente bastante exíguo, e com um free float da empresa também relativamente tímido. Qualquer movimento especulativo cria um efeito muito significativo na performance da ação.“
A entrada, no início de setembro, do hedge fund norte-americano Muddy Waters Capital Domino Master Fund no capital da empresa, com uma posição curta, à data, de 0,65% precipitou a queda das ações da empresa, atirando as cotações abaixo dos 3 euros. O hedge fund reduziu, entretanto, a posição curta na empresa para 0,57%, de acordo com a informação divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
À imagem do CFO, em setembro passado, o CEO da construtora, Carlos Mota dos Santos, já tinha adiantado ao ECO que “a queda dos títulos da Mota-Engil é um movimento especulativo que não reflete a atividade operacional, nem os resultados da empresa e que está em contraciclo com a performance da empresa nos últimos anos”.
O líder da empresa tem aproveitado os momentos de fraqueza dos títulos para reforçar no capital. Desde o início do ano, já comprou 40 mil ações, tendo investido perto de 129 mil euros.
(Notícia atualizada com valores de fecho da ação)
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