Fábrica mais antiga do país comprada pelo dono da Palbit à private equity Atena
Fundada há 300 anos, a Prado - Cartolinas da Lousã já pertenceu ao grupo Champalimaud ou à Finpro. Com vendas de 24 milhões de euros e 120 trabalhadores, fica agora nas mãos do grupo português Newpal.
Oito anos depois de ter sido comprada em abril de 2016 pela private equity Atena Equity Partners à massa falida da Finpro, sociedade que era controlada pelo Estado, pelo Banif e por Américo Amorim — e que tinha ficado com ela no processo de reprivatização em 1999 –, a histórica Prado – Cartolinas da Lousã volta a mudar de mãos.
Fundada em 1716 e considerada a unidade fabril mais antiga do país em laboração contínua, atualmente com 120 trabalhadores, a empresa que antes de ser nacionalizada após a revolução de 25 de Abril de 1974 era propriedade do grupo Champalimaud, acaba agora de ser vendida ao grupo português Newpal, detido pela família de Jorge Pinto Ferreira.
A antiga Valinsert SGPS junta assim a líder ibérica de cartolinas de elevada gramagem ao portefólio industrial composto pela produtora de ferramentas Palbit (Albergaria-a-Velha) e pela Copam – Companhia Portuguesa de Amidos (São João da Talha), que há dois anos comprou por cerca de 19 milhões de euros.
A Atena, que anunciou esta terça-feira a conclusão da alienação da Prado – Cartolinas da Lousã, contabiliza que a estratégia implementada com a equipa de gestão liderada por Manuel Cavaco Guerreiro, “conduziu a um aumento das vendas para 24 milhões de euros, bem como uma melhoria da rentabilidade em quase 50% e uma redução da dívida para metade”.
Com uma capacidade de produção de cerca de 25.000 toneladas de cartolina, a Prado – Cartolinas da Lousã exporta para cerca de 50 países, sendo que as vendas ao exterior (diretas e indiretas) representam 87% do volume de negócios. A manutenção do gestor Manuel Cavaco Guerreiro à frente da empresa “garante a estabilidade e facilita o desenvolvimento do projeto de crescimento”.
O founding partner da sociedade de capital de risco Atena Equity Partners refere que “a alienação à Newpal materializa o valor criado na empresa e oferece a oportunidade ao novo acionista, português, de prosseguir com a exploração das suas vantagens competitivas”.
João Rodrigo Santos sublinha ainda, citado em comunicado, que o investimento realizado “permitiu restruturar e fazer crescer a empresa, conquistando a confiança de clientes exigentes e marcas de luxo em todo o mundo com o papel de alta gramagem”.
Como o ECO noticiou em outubro, a Atena criou um terceiro fundo de investimento e angariou cerca de 60 milhões de euros para investir em empresas portuguesas. Na mira da sociedade de capital de risco estão empresas com faturação superior a dez milhões que precisem de assegurar a sucessão ou a sua restruturação.
Os dois primeiros fundos que tem sob gestão estão totalmente investidos em empresas como as clínicas dentárias Malo, a empresa de moldes Tecnifreza, a farmacêutica Sidefarma, a têxtil barcelense Quinta & Santos, a rede de hospitais privados Unisana Hospitais, a empresa de brinquedos Science4You, a produtora e comercializadora de produtos de cerâmica tableware Matcerâmica ou a tecnológica Redshift.
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