Marcelo avisa Montenegro: “Não basta solidariedade institucional”, é preciso “cooperação estratégica”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11:59

Presidente da República defende que a “confiabilidade" de Portugal tem de ser construída mais com trabalho a nível bilateral, devido ao menor peso das organizações internacionais.

Nos habituais cumprimentos de Boas Festas aos membros do Governo no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa realçou os desafios do “uso dos fundos europeus” e da “questão particularmente sensível das migrações”, mas deixou, também, um aviso a Luís Montenegro: a solidariedade institucional não é suficiente para um presente com “problemas ainda mais graves” que no passado e que, por isso, precisa de “cooperação estratégica”.

Não basta a solidariedade institucional, que foi sempre boa entre o Presidente da República e os sucessivos governos, e continua a ser claramente boa. Mas não é suficiente. No presente, porque os problemas são mais graves ainda, tem de haver cooperação estratégica, quer na política interna, quer na política externa e na Defesa Nacional“, sustentou o Chefe de Estado, sublinhando que isto exige “estabilidade, segurança e previsibilidade, ademais num período em que vai haver duas eleições nacionais num ano”.

Marcelo realçou o “bem precioso” de Portugal ser visto lá fora como “um parceiro confiável”, que justifica com a maior estabilidade em comparação com as maiores economias europeias, como a França e a Alemanha.

No entanto, esta confiabilidade é “difícil de construir”, ressalvou, defendendo a necessidade de mais trabalho a nível bilateral e lamentando, simultaneamente, que tenha passado “um bocadinho” o tempo do multilateralismo e de um maior papel das organizações internacionais.

O Presidente da República assinalou ainda que o Executivo de Luís Montenegro iniciou funções “num momento muito difícil do mundo” e que os oito meses de governação foram uma “corrida contra o relógio” para “não deixar que a aceleração da história acabe por atingir medidas, decisões, programas e concretizações de forma irreparável”.

“Tem sido um esforço ademais, tendo logo que enfrentar eleições europeias e eleições em vários países da Europa”, recordou Marcelo, saudando o esforço do primeiro-ministro para “estar em toda a parte ao mesmo tempo”.

(Notícia atualizada às 12h37)

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