Montenegro rejeita que relações com Marcelo tenham esfriado e diz que há “convergência de opiniões”

  • Lusa
  • 10:33

O primeiro-ministro rejeitou que as relações com o Presidente da República tenham esfriado, defendendo que há uma "grande convergência de opiniões" entre São Bento e Belém.

O primeiro-ministro rejeitou esta quinta-feira que as relações com o Presidente da República tenham esfriado com comentários feitos na quarta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo que há uma “grande convergência de opiniões” entre São Bento e Belém.

Questionado pelos jornalistas sobre os comentários que o Presidente da República tinha feito ao Governo na quarta-feira, durante uma sessão de cumprimentos de Boas Festas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Luís Montenegro disse que ficou “com a sensação de que há uma grande convergência de opiniões”.

Face à insistência dos jornalistas sobre se as relações com Belém tinham esfriado, o primeiro-ministro respondeu: “De maneira nenhuma”.

Luís Montenegro acrescentou que Marcelo Rebelo de Sousa até começou por dizer “tal como o senhor primeiro-ministro disse” antes de prosseguir com a sua intervenção.

Na quarta-feira, o Presidente da República afirmou que o Governo está em contrarrelógio desde que iniciou funções há oito meses, com o primeiro-ministro a procurar estar em todo o lado, numa conjuntura internacional difícil que exige cooperação estratégica.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na tradicional cerimónia de apresentação de cumprimentos de boas festas por parte do Governo, na Sala dos Embaixadores, no Palácio de Belém, em Lisboa, a primeira com Luís Montenegro no cargo de primeiro-ministro.

Foram oito meses de corrida em contrarrelógio por parte deste Governo. Sabe que um dia perdido pode ser irrecuperável“, declarou o chefe de Estado, depois de Luís Montenegro lhe ter falado em solidariedade estratégica, cooperação produtiva e forte relação institucional e pessoal.

De acordo com o Presidente da República, o primeiro-ministro, nestes meses, tem procurado “estar em toda a parte ao mesmo tempo”, algo que considerou invulgar para quem tem funções executivas.

Depois, deixou um recado ao Governo PSD e CDS-PP, partindo da atual conjuntura mundial, que caracterizou como extremamente complexa: “Solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente. Tem de haver no presente cooperação estratégica“.

“Seria um mau sinal” UE esperar por Trump

O primeiro-ministro português defendeu esta quinta-feira que “seria um mau sinal” se a União Europeia (UE) tivesse de “estar à espera” que Donald Trump inicie funções como Presidente norte-americano para decidir o futuro do apoio à Ucrânia.

Questionado sobre se as decisões da UE estão em suspenso até ao regresso de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, Luís Montenegro respondeu que “seria um mau sinal se a Europa tivesse de estar à espera de quem quer que seja”.

“A Europa não pode vacilar, a Europa não vai vacilar no seu apoio à Ucrânia”, acrescentou Luís Montenegro à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica), a última de 2024 e primeira de António Costa (ex-primeiro-ministro português) enquanto presidente desta instituição.

O primeiro-ministro social-democrata reconheceu que é necessário “estreitar ainda mais a relação transatlântica”, nomeadamente com os Estados Unidos da América.

Já sobre o Presidente eleito, Luís Montenegro reconheceu que a relação “poderá não ser a mesma coisa que era com o Presidente que está em exercício [o democrata Joe Biden], mas será no mesmo respeito”.

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