Gonçalo Regalado quer transformar Banco de Fomento no “melhor banco de empresas, de todos”
“Vamos construir um banco soberano que seja a referência europeia na banca promocional e que seja parceiro das empresas e promotor do investimento", diz o novo CEO do BPF aos colaboradores.
O novo presidente executivo do Banco de Fomento enviou uma mensagem motivacional a todos os colaboradores a apelar ao espírito de equipa. Gonçalo Regalado quer transformar a instituição no “melhor banco de empresas, de todos” e num “banco soberano de referência”.
No seu primeiro dia em funções, o novo CEO enviou um email, a que o ECO teve acesso, no qual manifesta a “confiança” de que será possível construir “um banco forte, um grupo sólido e um pilar de soberania para todas as empresas em Portugal”.
A promessa de “reforço da proximidade” com os empresários e de “resultados marcantes” são outra das notas fortes da missiva que Regalo enviou a toda a equipa. Aliás, “equipa” é a palavra-chave que o novo responsável não se cansa de repetir, recorrendo mesmo à utilização da palavra em letras capitulares para sublinhar a sua importância.
Recorde-se que a administração anterior foi criticada pela forma como lidou com os colaboradoes, nomeadamente os que “herdou” do tempo de Beatriz Freitas. Tal como o ECO escreveu, num encontro de quadros do banco, destinado a revelar o plano estratégico, os colaboradores retiveram do breve discurso da então chairwoman Celeste Hagatong, a ideia de que quem não estava com a administração podia sair porque seria possível arranjar igual ou melhor.
E, na apresentação em powerpoint, foi passado um slide com a frase #aceitaquedoimenos, título de uma canção de Rute Marlene, catalogado como “de muito mau gosto”. “É um reflexo do que se vive lá dentro. Aceita, cala-te ou vais sofrer as consequências”, contaram ao ECO.
Gonçalo Regalado parece querer distanciar-se destes episódios e começar com um outro estilo, não hesitando mesmo em expor na missiva vários aspetos da sua vida pessoal para concluir: “Em todos os desafios foi sempre em equipa que liderámos todos os sucessos e conquistas”.
“Um banco soberano de referência faz-se com uma equipa de referência e precisamos de todos nesta liderança”, acrescenta.
Quanto a pistas sobre o posicionamento que pretende dar ao Banco de Fomento, recupera o slogan do antigo BES, mas que é hoje disputado por todos os bancos dizendo que quer “construir ‘o melhor banco de empresas, de todos’, entregar um banco soberano, garantir a autonomia estratégica do investimento em Portugal e defender a capacidade de investimento” da instituição.
“Vamos construir um banco soberano que seja a referência europeia na banca promocional e que seja parceiro das empresas e promotor do investimento, um pilar da economia e uma base de confiança das empresas”, acrescenta o novo CEO, colocando a fasquia na superação de instituições como o alemão KfW, o francês BPI ou o ECO espanhol.
Mas Gonçalo Regalado faz ainda questão de agradecer o “legado recebido” das mãos de Ana Carvalho, a CEO cujo mandato terminou em dezembro e que o Executivo de Luís Montenegro não renovou. “Partilho com todos o sentido de gratidão do legado recebido, pelo serviço do grupo à economia, pelo valor dos seus colaboradores, pelo contributo prestado, pelos desafios superados”, lê-se no mesmo email.
Gonçalo Regalado tem pela frente os seus próprios desafios: seja aproximar o banco das empresas, provar a utilidade da instituição, garantir a execução de todas as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, colmatar falhas de mercados ainda existentes, etc.
A equipa de Regalado ainda não está completa, mas com a renúncia ao cargo de três administradores executivos– Ana Carvalho, a presidente executiva, Pedro Ventaneira e Sofia Machado – era preciso garantir que a equipa executiva tinha o número mínimo de elementos exigido.
Assim, Regalado e Tiago Mateus, diretor de CRM e Customer Intelligence do BCP, foram cooptados e já estão no banco depois de receberem luz verde do Banco de Portugal. Juntamente com o atual CFO, Bruno Rodrigues — que se manterá em funções tal como o ECO já avançou —, os três administradores asseguram o número mínimo exigido pelos estatutos do banco.
Os restantes elementos da equipa só deverão chegar ao Banco de Fomento em fevereiro ou março, tal como o ECO já escreveu. Teresa Fiúza, a atual vice-presidente da Portugal Ventures, que está na capital de risco do Estado desde 2022, é uma delas, assim como outro elemento que virá da área comercial do HSBC.
A nova comissão executiva vai ter seis elementos, mais um face à atual estrutura, tal como o conselho de administração, que passará a ter 12. Na prática é mais um elemento em cada um dos órgãos. O objetivo é dar maior robustez ao banco e cumprir as boas práticas defendidas pelo regulador.
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