Novobanco passa no exame da DBRS após demissão de administrador

DBRS diz que "continuará a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente", incluindo se o Novobanco ou as autoridades de supervisão pedirem alterações nos controlos internos.

A agência de rating canadiana DBRS considera que a demissão do administrador Carlos Brandão não tem impacto na notação financeira do Novobanco, mas vai continuar “a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente” e espera uma substituição rápida do responsável pelo risco na instituição.

A Morningstar DBRS não considera, atualmente, que as circunstâncias em torno da decisão do banco de demitir o seu Chief Risk Officer (CRO) tenham impacto no rating do banco”, pode ler-se numa nota divulgada esta quarta-feira.

Ainda assim, a agência de notação financeira diz que “continuará a monitorizar quaisquer consequências adicionais do incidente, incluindo se o Novobanco ou as autoridades de supervisão eventualmente considerarão necessário que o banco faça alterações nos seus controlos internos”. “Estaremos também atentos às perspetivas de uma rápida substituição permanente para preencher a função de CRO, dada a importância da função de risco”, acrescenta a DBRS, que subiu o rating do Novobanco para BBB a 25 de setembro.

Carlos Brandão foi destituído de funções na terça-feira, com efeitos imediatos, e foi constituído arguido por suspeitas de branqueamento e falsificação. O Conselho de Supervisão do Novobanco decidiu afastar do conselho de administração o responsável de riscos, após operações financeiras suspeitas, identificadas através de processos internos do banco. Segundo a nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), estas operações financeiras suspeitas foram “realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades”.

Segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR), foram constituídos dois arguidos, que não são identificados, mas fonte judicial disse à Lusa que o segundo arguido é a mulher de Carlos Brandão.

Após ter detetado a situação, o banco levou a cabo uma investigação interna e apresentou denúncia ao Ministério Público, que resultou na abertura de uma investigação que está em curso. A instituição reportou também a questão ao regulador da banca e à autoridade de supervisão competente nesta matéria.

Por isso, a DBRS considera que o Novobanco “agiu em total coordenação e cooperação com todas as autoridades relevantes”. “O banco descobriu as operações financeiras suspeitas, iniciou a investigação, informou as autoridades reguladoras e de supervisão do Banco Central Europeu e do Banco de Portugal e apresentou queixa ao Ministério Público”, detalha a nota da agência de rating.

As operações suspeitas não estão relacionadas nem envolvem, “de forma alguma”, a instituição e, por isso, “não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do Banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos nem nos seus colaboradores”. Razão pela qual a DBRS defende que “não tem motivos para considerar, nesta fase, que o anúncio do Novobanco afete a análise” do banco, e considera que não “existem fatores ESG significativos ou relevantes a considerar”.

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