Alimentos ainda 28% mais caros do que antes da crise inflacionista

O nível médio de preços em dezembro do ano passado manteve-se superior em 16,2% face ao registado em 2021, com destaque para os bens alimentares e bebidas não alcoólicas e os produtos energéticos.

O ano de 2024 ficou marcado por uma desaceleração da inflação, mas os preços continuam superiores aos registados antes da crise inflacionista. O nível médio de preços dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas em dezembro do ano passado manteve-se superior em 28% face ao registado em 2021, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O organismo de estatística nacional assinala que o nível médio dos preços em geral tem-se mantido superior ao de 2021, com o nível médio a fixar-se 16,2% acima de 2021, pelo que para que regressasse a valores comparáveis aos de esse ano, teria de se verificar um período com taxas de variação homóloga negativas.

Em dezembro, os preços médios dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas aumentaram 0,1%, o que contrasta com a redução de 0,6% ocorrida um ano antes (muito influenciada pelo efeito-base), resultando assim num aumento da respetiva variação homóloga de 2,7% em novembro para 3,4% em dezembro. Estes bens situam-se, assim, 28% acima do nível médio de preços de 2021. Contudo, o INE antecipa que uma redução da variação homóloga desta classe em janeiro de 2025, “consequência do efeito de base associado à reposição das taxas de IVA ocorrida em janeiro de 2024 para um conjunto de bens alimentares essenciais”.

Cerca de metade das categorias destes bens registou uma aceleração da respetiva taxa de variação homóloga em dezembro, destacando-se o comportamento do peixe, com a aceleração de 2,8 pp. observada em dezembro a resultar da conjugação do efeito de base associado à redução mensal de preços registada em dezembro de 2023 (-0,4%) com o aumento registado em dezembro de 2024 (2,3%).

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Em relação aos produtos energéticos, comparando com o mês anterior, registou-se um aumento de preços de 0,4%, quando em dezembro de 2023 se tinha verificado uma diminuição (-2,2%). Esta evolução determina uma aceleração de 2,8 pontos percentuais (pp.) na variação homóloga deste agregado. Os preços em dezembro fixaram-se 17,7% acima do nível médio de 2021 e 4,9% acima do que se verificou em dezembro do ano anterior.

Em 2024, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual de 2,4%, taxa inferior à de 4,3% registada no conjunto de 2023. Descontando a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média situou-se em 2,5% — o que compara com a de 5% registada no ano anterior. O INE destaca que a taxa de variação homóloga do IPC total “evidenciou uma relativa estabilidade ao longo do ano, registando o valor mínimo de 1,9% em agosto e um máximo de 3,0% em dezembro, o que contrasta com a desaceleração significativa verificada em 2023”.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português — indicador utilizado nas comparações internacionais — registou uma taxa de variação média de 2,7% em 2024 (5,3% no ano anterior).

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