“Seguro coletivo de condomínio pode baixar prémios em 50%”
O gestor Rodrigo Bourbon revela que os seguros são um dos maiores custos de um condomínio e que há formas de melhorar coberturas, reduzir prémios e de resolver melhor os problemas de condomínio.
O empreendedor de nova geração Rodrigo Bourbon trouxe tecnologia e inovação quando lançou há dois anos a Condoroo, uma empresa de gestão de condomínios. Funciona com um pagamento mensal por cada condómino e com esse contrato é profissionalizada uma atividade normalmente assegurada pela boa vontade inexperiente e sem vocação de um administrador residente eleito pelos seus pares.
Antes, o gestor esteve quase dois anos na insurtech Lovys que a partir de Leira rapidamente se implantou em França e Portugal. O seu conhecimento de seguros, aliado à experiência de gestão de 200 condomínios que a Condoroo já conquistou, tornou-o a pessoa ideal para falar sobre a desproteção de muitos empreendimentos, e de como a sua proteção pode melhorar e os preços com seguros baixarem.
Em entrevista a ECOseguros, Rodrigo Bourbon, dá pistas para condomínios, mediadores e seguradores.
Quais são os seguros obrigatórios de um condomínio?
O seguro obrigatório cobre as partes comuns do edifício contra incêndios, seguindo a lei, e pode incluir outras coberturas opcionais, como proteção contra raios e explosões. Este é o requisito mínimo para assegurar a proteção básica de qualquer condomínio.
E quais deveriam ser?
Recomendo fortemente a adesão a seguros multirriscos coletivos, que incluem coberturas adicionais como danos por água, fenómenos sísmicos, tempestades, furtos, avarias, responsabilidade civil, entre outras. Algumas seguradoras, como a Allianz e a Generali Tranquilidade, permitem a subscrição de seguros exclusivamente para as partes comuns, uma opção vantajosa para condomínios onde os condóminos preferem manter apólices individuais para as suas frações.
Os seguros têm peso relevante nos custos de condomínio?
Os seguros são uma parte relevante dos custos de condomínio, especialmente em prédios pequenos e mais antigos, onde o custo do seguro representa uma percentagem maior das despesas totais. Isso ocorre devido ao menor número de frações para diluir os custos e ao maior risco associado à antiguidade e estado de conservação do edifício.
Como minimizar esses custos?
Optar por um seguro coletivo pode reduzir significativamente os custos. Este modelo dilui as despesas entre os condóminos, permitindo obter coberturas mais amplas por valores competitivos.
Apenas 19% das habitações têm cobertura de riscos sísmicos e 70% dos danos em habitação devem-se a água. Como estão protegidos os condomínios em geral?
Muitos condomínios ainda não possuem proteção adequada contra fenómenos sísmicos, apesar de Portugal ser uma região suscetível. É essencial garantir essa cobertura para evitar perdas catastróficas. Os danos por água é um dos sinistros mais comuns em condomínios. No entanto, muitas apólices individuais têm coberturas limitadas ou insuficientes para lidar com a frequência e impacto desses incidentes.
Como se deve proceder?
Durante o onboarding dos novos clientes, realizamos uma análise rigorosa das coberturas existentes e identificamos lacunas. Oferecemos suporte para garantir que os condomínios tenham proteção completa contra esses riscos. Recolhemos todos os detalhes relevantes sobre o edifício, como características estruturais, estado de conservação, ano de construção e histórico de manutenção. Organizamos essas informações no nosso sistema, facilitando a análise de risco e permitindo que mediadores e seguradoras ofereçam propostas mais ajustadas e competitivas.
Sente do lado dos mediadores, corretores e das próprias seguradoras uma vontade de analisar risco e propor coberturas adequadas?
Observamos que algumas seguradoras e mediadores têm feito avanços na personalização de coberturas com base em análises de risco detalhadas, mas ainda há espaço para maior agilidade e inovação.
Em caso de sinistro, pensa que algumas melhorias de eficiência podem ser obtidas?
Há espaço para melhorias significativas na gestão de sinistros, sobretudo na simplificação e agilidade dos processos. Pelo nosso lado mantemos todos os dados do edifício organizados no nosso sistema, o que acelera a comunicação com as seguradoras, oferecemos suporte 24/7 e contamos com uma rede de mais de 500 fornecedores para resolver sinistros rapidamente. Com seguros coletivos, o processo é ainda mais eficiente, pois apenas uma apólice precisa ser acionada e uma única franquia é aplicada.
Quais as limitações de uma administração tradicional de condomínios assegurada pelos residentes?
Os administradores residentes geralmente utilizam métodos manuais e dependem de recursos locais limitados, o que pode resultar em atrasos, falta de organização e dificuldade para negociar condições competitivas com fornecedores e seguradoras.
Quais as diferenças para uma empresa como a Condoroo?
No nosso caso utilizamos uma tecnologia avançada, um chatbot especializado e sistemas de automação que tornam nossos gestores até três vezes mais eficientes, reduzindo tempos de resposta e simplificando processos. Depois com o planeamento preventivo, em que garantimos a realização de manutenções e inspeções de forma organizada, antecipamos problemas e asseguramos conformidade legal. Com mais de 500 fornecedores qualificados para resolver rapidamente qualquer necessidade do condomínio, desde pequenas manutenções até reparações complexas.
Então, a gestão profissionalizada pode evitar sinistros, baixando o nível de risco. Esses são argumentos para uma seguradora baixar os prémios?
A gestão profissionalizada reduz significativamente os riscos, o que pode justificar prémios mais baixos por parte das seguradoras. Fazemos manutenção preventiva e inspeções regulares que evitam problemas estruturais e técnicos, resolvemos rapidamente ocorrências e, acelerando a resposta a incidentes, minimizam-se danos. Além de termos os dados organizados, podemos fornecer um histórico claro e detalhado do edifício às seguradoras, facilitando a avaliação de risco e a negociação de condições mais vantajosas.
Quais as desvantagens que enfrenta perante seguros individuais?
Quando os condóminos optam por seguros individuais, surgem desafios significativos na gestão de sinistros, como a articulação de diferentes apólices. É necessário acionar os seguros de cada fração afetada, o que aumenta a complexidade. E torna os processos fragmentados envolvendo múltiplas seguradoras, peritagens e condições de cobertura atrasando a resolução.
E porque aconselha seguro coletivo?
Começa pela redução de custos até 50% dos prémios de seguro, diluindo-o entre os condóminos. Permite uma gestão simplificada ao centralizar os processos numa única seguradora. Introduz rapidez no pagamento de indemnizações devido a menos burocracia e mais eficiência. Convida a uma cobertura abrangente incluindo partes comuns e frações com condições uniformes.
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