Exclusivo Finanças reconduzem presidente da Parvalorem mas trocam dois administradores
Sofia Torres vai ser reconduzida na liderança do veículo que gere os ativos tóxicos do ex-BPN. Cumpre terceiro mandato. Os outros dois membros da administração estão de saída.
O Governo vai reconduzir a presidente da Parvalorem, Sofia Torres, para um novo mandato até 2027, mas os outros dois membros do conselho de administração do veículo que gere os ativos problemáticos do ex-BPN vão ser substituídos, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.
Oficialmente, o Ministério das Finanças não comenta estas informações. O ministério liderado por Joaquim Sarmento, que tem a tutela da Parvalorem, também não revela quem serão os dois novos administradores que irão ocupar os lugares de Susana Larisma (vogal executiva) e de Filipe de Sousa (vogal não executivo), cujos mandatos terminaram no final do ano passado.
No que diz respeito a Sofia Torres, a antiga responsável do IGCP e quadro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) irá cumprir o seu terceiro mandato à frente da Parvalorem, cargo que começou a desempenhar em 2019, nomeada pelo ministério então liderado por Mário Centeno.
Os nomes da próxima administração terão de ser apreciados pela Cresap, a comissão responsável pelos processos de seleção para a administração pública. E terão ainda de ser aprovados em assembleia geral da Parvalorem.
Dívida de 5,3 mil milhões ao Estado
A Parvalorem foi criada em 2010, juntamente com a Parups e Parparticipadas, na sequência da nacionalização do BPN, dois anos antes. Estes veículos financeiros ficaram responsáveis pela gestão e recuperação os ativos do banco falido, incluindo crédito, imóveis, obras de arte e outros negócios.
No final de 2023, ano em que registou prejuízos de quase 100 milhões de euros, a Parvalorem devia cerca de 5,3 mil milhões ao Estado por conta das injeções financeiras realizadas no âmbito da nacionalização do BPN. O ativo ascendia a cerca de 456 milhões de euros.
Até ao final de 2023, a Parvalorem já tinham recuperado um total de 1,24 mil milhões de euros em numerário, cerca de 31,2% do total de crédito cedido pelo banco falido (3,97 mil milhões). Valor ao qual acresce 492,5 milhões de euros resultantes da recuperação da Parups, que acabou por ser absorvida pela Parvalorem em 2022.
Fim à vista
No ano passado foi a vez de a Parparticipadas ser extinta com a integração de todo o património na Parvalorem, incluindo a Imofundos, que gere uma carteira de imóveis no valor de 200 milhões.
Com mais de 80 trabalhadores, a própria Parvalorem também tem o seu destino traçado em função da redução da sua atividade (à medida que vai recuperando os ativos). Ainda não há uma data, mas dentro da sociedade já se olha para o final do caminho.
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