Regresso de gás russo à UE em cima da mesa no acordo de paz com a Ucrânia
A proposta terá sido acolhida por altos representantes da Alemanha e poder vir a contar com o apoio de outros Estados-membros que têm sentindo aumentos nos preços da energia.
Afinal, o gás russo poderá vir a ser uma peça chave num eventual acordo de paz entre Kiev e Moscovo, pondo assim fim a uma guerra que já se prolonga há quase três anos. De acordo com a notícia avançada pelo Financial Times, esta quinta-feira, os executivos europeus estarão a analisar a hipótese de retomar as compras de gás russo por gasoduto à União Europeia (UE) como parte de uma cláusula de um potencial acordo entre os dois países em conflito.
De acordo com as três fontes ouvidas pelo jornal britânico, a proposta terá sido acolhida por altos representantes da Alemanha e poderá vir a contar com o apoio de outros Estados-membros que têm sentido aumentos nos preços da eletricidade, nas últimas semanas, e que consideram que o fornecimento de gás russo poderá reduzir os custos energéticos europeus.
Certo é que uma retoma das importações europeias de gás natural russo aumentaria significativamente as receitas de Moscovo. Antes da guerra, os fluxos através de gasodutos da Rússia representavam cerca de 40% do abastecimento total da UE, sendo a Alemanha o maior importador.
“Não vamos fazer quaisquer ligações entre o transporte de gás pela Ucrânia e conversas sobre acordos de paz que tenham sido noticiados. Quando tivermos essas conversas, serão com a Ucrânia”, referiu a porta-voz da Comissão Europeia Paula Pinho, esta quinta-feira, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.
A solução também poderá agradar países como a Hungria e Eslováquia que, até ao início desta semana, pressionaram os restantes Estados-membros a recuar na intenção de cortar por completo as importações de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia, propostas no 16º pacote de sanções contra o Kremlin, dado que a Ucrânia deixou de receber estas importações a partir do dia 1 de janeiro de 2025. Bruxelas resistiu à ameaça de veto de Budapeste, mas não a troco de nada.
“A Comissão está disposta a prosseguir as discussões com a Ucrânia sobre o fornecimento de gás à Europa através do sistema de gasodutos da Ucrânia“, refere um comunicado de segunda-feira, citado pela Reuters. “A Comissão está disposta a associar a Hungria a este processo, juntamente com a Eslováquia”, garantiu o executivo comunitário.
De acordo com o Politico, o novo pacote de sanções não deverá incluir uma proibição geral das importações de GNL, como a UE têm vindo a insistir, mas deverá manter restrições contra as exportações de petróleo.
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