Dona da Paladin cria Fundação Casa Mendes Gonçalves
Fundação é para o "desenvolvimento dos três pilares: o nutrir a educação e regeneração, para o desenvolvimento da terra e da região", adianta Carlos Gonçalves, fundador, ao ECO. A ler no ECO magazine.
A dona da Paladin criou a Fundação Casa Mendes Gonçalves, avançando a partir de abril para um novo modelo de governança.
“Vou doar as minhas ações à Fundação e, portanto, a Fundação passará a dona da empresa [Casa Mendes Gonçalves] e daí retirará também, numa primeira fase, a totalidade, mas queremos que seja uma parte, do seu financiamento, porque a sua própria atividade deverá encontrar outras fontes de financiamento”, adiantou Carlos Gonçalves, fundador e CEO da Casa Mendes Gonçalves ao ECO, durante uma reportagem na fábrica da empresa na Golegã que poderá ser lida na próxima edição do ECO magazine, esta terça-feira nas bancas.
“A Fundação, que vamos apresentar em abril, é completamente separada da empresa. Não tem nada a ver com a atividade da empresa, não é para resolver nenhuma questão da empresa”, assinala o fundador.
“A nossa Fundação é para o desenvolvimento dos três pilares: o nutrir a educação e regeneração, para o desenvolvimento da terra e da região”, reforça. A escola, que vai ser construída nos terrenos da Casa Mendes Gonçalves, na Golegã — um projeto do atelier japonês Tezuka Architects, fundado por Takaharu e Yui Tezuka — faz parte dos projetos sob a alçada da futura Fundação.
“As empresas familiares têm sempre um estigma que, infelizmente é uma realidade em 98% delas: nascer, crescer e morrer. Sempre achamos que aqui não deveria ser assim. Portanto, escolhemos aqui um modelo diferente e também de responsabilização, de autoresponsabilização com esta comunidade. A partir dos 60 e tal pessoas a empresa deixa de ser nossa, passamos a ter uma responsabilidade, numa terra que é pequena, muito grande”, comenta. A vila da Golegã, onde a fábrica está instalada, tem cerca de 3.000 habitantes, o concelho tem cerca de 5.000. “Nós somos 420”, detalha o fundador.
As empresas familiares têm sempre um estigma que, infelizmente é uma realidade em 98% delas: nascer, crescer e morrer. Sempre achamos que aqui não deveria ser assim. Portanto, escolhemos aqui um modelo diferente e também de responsabilização, de autoresponsabilização com esta comunidade.
Com a Fundação, a empresa avança assim para um novo modelo de governação para a empresa familiar. “Não estou criticando, cada um escolhe o caminho que quiser, mas sempre achei muito injusto que os pais projetassem nos filhos uma vontade — que depois se desiludam com os filhos —, que os filhos fiquem obrigados a um cargo que não escolheram, que não querem e que, eventualmente, não terão condições — e não terem condições, não quer dizer que não sejam inteligentes ou capacidade — [de executar]”, comenta. “Se calhar têm capacidade extraordinária para outra coisa. Portanto, perdem duas vezes: não fazem o que gostam e, muitas vezes, ficam com a desgraça de ser nas mãos deles que a coisa acaba”, diz.
A Fundação “dá seguimento à empresa”, afirma. “A empresa não pode sair daqui, tem que continuar a ter a sua atividade, passará a ter uma governance ligeiramente diferente. Continuará a querer ter resultados e lucro, uma coisa que em Portugal é mais ou menos pecado, mas a empresa precisa ter resultados e ter lucro. O resultado não vai para nenhum fundo, para nenhuma família, vai para a Fundação, para as suas atividades e está claríssimo onde é que a Fundação usa esse rendimento”, descreve.
Tiago Pereira, até recentemente membro executivo da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), assumiu a função de CEO da Fundação Mendes Gonçalves.
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