Exclusivo CTT admitem ‘spin-off’ do Banco CTT
Administração já decidiu que futuro do grupo passa pela redução da exposição ao banco fundado em 2015. Separação e ida para a bolsa é uma das hipóteses, mas também é preciso mais capital para crescer.
O grupo CTT CTT 0,17% está a analisar várias possibilidades para reduzir a sua exposição ao Banco CTT. Uma das hipóteses em cima da mesa passaria por realizar um spin-off, eventualmente cotando o banco na bolsa, apurou o ECO.
A empresa está determinada a reduzir a exposição ao banco que fundou em 2015, na medida em que entende que este precisa de mais músculo financeiro para acelerar o seu crescimento, enquanto os CTT preferem alocar esse capital à estratégia ibérica de expresso e encomendas. “Nós não somos o acionista ideal para um banco”, afirma o CEO dos CTT, João Bento, em entrevista ao ECO magazine de fevereiro, que estará nas bancas na próxima semana. “Não queremos ser um empecilho” ao crescimento do banco, diz o responsável.
Essa mensagem deverá ser reafirmada aos investidores no Capital Markets Day que a empresa está a preparar para este ano. O anterior foi realizado no verão de 2022, sendo que a data exata ainda está pendente da conclusão formal dos negócios anunciados em dezembro, designadamente, a compra da Cacesa e a joint venture com a DHL em Portugal e Espanha.
O CEO dos CTT acredita que ainda há “alavancas de avaliação do banco” a ser acionadas pelo próprio grupo antes de avançar para a redução da sua exposição — que, em todo o caso, também irá “depender das oportunidades”. A primeira é a adequação de mais lojas à prestação de serviços bancários. Um segundo aspeto passa pela contratação de mais recursos humanos “nativos de banca”. O terceiro ponto é o reforço do investimento no canal digital.
O gestor está convicto de que estes três aspetos irão impulsionar, de forma relativamente direta, o valor do banco antes de avançar com qualquer decisão sobre a sua participação. Atualmente, os CTT detêm mais de 91% do Banco CTT, depois de a Generali Tranquilidade ter ficado com uma participação de 8,71% a troco de 25 milhões de euros. Essa transação avaliou o Banco CTT em 290 milhões de euros.
Nenhuma decisão está tomada sobre o nível de redução da exposição pelo grupo e, em maio, João Bento admitiu também a possibilidade da venda da “totalidade” do banco. “A mim soa-me que nós devemos sempre ser um acionista relevante do banco”, afirma agora, todavia, o presidente executivo dos Correios.
Além do mais, os CTT acreditam que, ao deixarem de “consolidar o banco” no grupo, os investidores passariam a avaliar em alta a própria empresa CTT. João Bento conta que, “frequentemente”, há investidores que admitem o interesse em investir na empresa, que tem capital disperso em bolsa, mas não o fazem por o grupo deter um banco. “Só por coincidência é que um investidor que gosta da nossa indústria, que se chama Transportation & Logistics, gosta de banca. Quem gosta de bancos investe em bancos”, remata o CEO.
As ações dos CTT têm estado a negociar em bolsa no valor mais elevado desde maio de 2017, quando a empresa ainda era liderada por Francisco Lacerda. Com os títulos avaliados em cerca de 5,8 euros na praça lisboeta, o valor de mercado do grupo como um todo supera os 810 milhões de euros.
Evolução do preço das ações dos CTT na bolsa de Lisboa:
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