Desemprego recua para 6,4% em 2024 e fica abaixo da previsão do Governo
Desemprego de 2024 foi de 6,4%, de acordo com o INE. Em causa está uma redução de 0,1 pontos percentuais face a 2023, o que mostra a estabilidade do mercado. Previsão do Governo era menos otimista.
O mercado de trabalho teve um melhor desempenho no último ano do que o Governo estava a prever. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego situou-se em 6,4%. Ora, o Executivo estava a contar com uma taxa de 6,6%. Já a população empregada atingiu o valor mais elevado desde 2011.
“A taxa de desemprego situou-se em 6,4%, diminuiu 0,1 pontos percentuais em relação a 2023 e correspondeu à segunda taxa de desemprego anual mais baixa desde 2011“, informa o gabinete de estatísticas num destaque publicado esta manhã.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2025, o Governo tinha indicado que estava a contar que o desemprego ficasse em 6,6% em 2024, agravando-se face aos 6,5% registados em 2023. Porém, não foi isso que aconteceu: a taxa de desemprego não só não aumentou (até caiu ligeiramente), como ficou abaixo da projeção do Executivo de Luís Montenegro.
Importa notar que a previsão do Ministério das Finanças era, contudo, a mais pessimista. Por exemplo, o Conselho das Finanças Públicas estava a contar com uma taxa de 6,5%, o que acabou por ser também menos otimista que a realidade.
Já a Comissão Europeia, o Banco de Portugal e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acertaram em cheio, isto é, previam uma taxa de desemprego de 6,4% em 2024, o que se confirmou, segundo os dados agora conhecidos.
Segundo o INE, o peso do desemprego de longa duração (pessoas que estão sem trabalho há, pelo menos, 12 meses) também diminuiu em 2024: 36,9% dos desempregados estavam nessa situação, menos 0,8 pontos percentuais do que no ano anterior.
Numa nota menos positiva, a taxa de desemprego jovem (16 aos 24 anos) aumentou 1,1 pontos percentuais, para 21,6%. Apesar de o mercado de trabalho, no seu conjunto, continuar a dar provas de resiliência e estabilidade, o desemprego jovem tem persistido em níveis elevados. É uma “entorse” do mercado nacional, nas palavras da ministra do Trabalho, que garante que o Governo está atento a essa situação.
Emprego em máximos de mais de dez anos
Num ano em que o desemprego recuou, a população empregada engordou para o valor mais elevado desde 2011, dá conta o gabinete de estatísticas na nota divulgada esta manhã. Em causa estão cerca de 5,1 milhões de indivíduos empregados.
“No ano de 2024, a média anual da população empregada foi estimada em 5.112,3 mil pessoas e aumentou 1,2% (61,1 mil) em relação ao ano anterior, tornando-se no valor mais elevado desde 2011“, assinala o INE.
Contas feitas, em 2024, a taxa de emprego situou-se em 56,4%, tendo aumentado 0,1 pontos percentuais em relação a 2023.
Já a população ativa cresceu 1,1% entre 2023 e 2024, chegando a quase 5,5 milhões de pessoas. “A taxa de atividade da população em idade ativa situou-se em 60,2%, o que corresponde ao mesmo valor que havia sido observado em 2023”, sublinha o INE.
Emprego e desemprego terminam o ano a subir
Além dos dados anuais, o INE publicou hoje as estatísticas do mercado de trabalho relativas aos últimos três meses de 2024 e deixam perceber que o ano terminou com o emprego e o desemprego a aumentar.
No quarto trimestre de 2024, a população empregada foi composta por cerca de 5,1 milhões de pessoas, mais 0,2% do que nos três meses anteriores e mais 1,3% do que há um ano.
“A proporção da população empregada em teletrabalho, isto é, que trabalhou a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, foi de 20,5% (1 057,8 mil pessoas), mais 1,3 pontos percentuais do que no terceiro trimestre de 2024“, salienta o INE.
Por outro lado, a taxa de desemprego foi estimada em 6,7%, valor superior em 0,6 pontos percentuais ao do trimestre anterior e em 0,1 pontos percentuais ao do trimestre homólogo.
“A subutilização do trabalho abrangeu 625,5 mil pessoas, o que correspondeu a um acréscimo de 6,8% (40,1 mil) em relação ao trimestre anterior e a um decréscimo de 3,1% (20,2 mil) relativamente ao período homólogo. De modo semelhante, a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 11,1%, aumentou trimestralmente (0,7 pontos percentuais) e diminuiu em termos homólogos (0,5 pontos percentuais)“, remata o INE.
Atualizada às 11h46
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