Desemprego ficou abaixo do previsto pelo Governo em 2023, mas subiu no quarto trimestre

Executivo estava a apontar para uma taxa de desemprego de 6,7% em 2023, mas soube-se esta quarta-feira que, afinal, ficou em 6,5%. Confirma-se a previsão da Comissão Europeia.

O mercado de trabalho teve um melhor desempenho em 2023 do que o Governo estava à espera. De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego fixou-se em 6,5% no conjunto do ano passado, abaixo dos 6,7% estimados pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. Contudo, o desemprego terminou 2023 a subir, numa altura em que os empregadores se confrontam com múltiplos desafios, dos juros altos ao abrandamento da atividade.

“Em 2023, a população desempregada, estimada em 346,6 mil pessoas, aumentou em relação a 2022 (8,6%; 27,5 mil). A taxa de desemprego foi de 6,5%“, adiantou o gabinete de estatísticas num destaque publicado esta quarta-feira.

No cenário macroeconómico que serviu de base ao Orçamento do Estado para 2024, o Governo de António Costa estimava que a taxa de desemprego ficaria em 6,7% em 2023, acima dos 6% registados em 2022. Ora, de acordo com o INE, o desemprego cresceu mesmo no último ano (dos referidos 6% em 2022 para 6,5%), mas menos do que o projetado por Medina. De resto, confirmam a previsão do Banco de Portugal, da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O INE detalha que entre os mais jovens (16 aos 24 anos) a taxa de desemprego fixou-se em 20,3% em 2023, acima do verificado no ano anterior (em 1,2 pontos percentuais). O desemprego jovem tem estado em destaque, uma vez que, apesar da melhoria das qualificações, estes portugueses sentem dificuldades em encontrar vagas adequadas no mercado de trabalho. Sair do país tem sido a opção escolhida por milhares, o que tem deixado em alerta políticos e empregadores.

Já no sentido inverso, a proporção de desempregados de longa duração foi estimada em 37,7% em 2023, menos 7,4 pontos percentuais do que em 2022. Ou seja, caiu a fatia de desempregados que estão sem trabalho há, pelo menos, 12 meses.

Por outro lado, Portugal terminou o ano de 2023 com 4.978,5 mil pessoas empregadas, isto é, mais 97,1 mil do que em 2022, o equivalente a uma subida de 2%.

Desemprego termina o ano a subir

O destaque do INE permite, além da leitura anual do mercado de trabalho, analisar como evoluiu o desemprego entre outubro e dezembro. Nesse período, a taxa de desemprego situou-se em 6,5%, valor superior em 0,5 pontos percentuais ao do terceiro trimestre e igual ao do mesmo trimestre de 2022.

No total, havia 354,6 mil pessoas sem emprego em Portugal, calcula o gabinete de estatísticas. É o correspondente a um salto de 8,7% em cadeia e de 3% face ao período homólogo.

Quanto à população empregada, o quarto trimestre de 2023 foi sinónimo de um recuo de 0,7% em cadeia para 4.980,5 mil pessoas. Já em termos homólogos, deu-se um aumento de 1,6%.

Dos portugueses empregados, 886,6 mil (o equivalente a 17,8%) fizeram-se a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, ou seja, em teletrabalho. Face ao terceiro trimestre, houve um aumento da fatia de teletrabalhadores (em 1,2 pontos percentuais).

Destaque ainda para a subutilização do trabalho, que abrangeu 636,8 mil pessoas, “o que corresponde a um acréscimo de 2,6% (15,9 mil) em relação ao trimestre anterior e de 0,4% (2,3 mil) relativamente ao período homólogo”. Já a taxa de subutilização do trabalho, estimada em 11,6%, aumentou em cadeia (0,3 pontos percetuais), mas diminuiu em termos homólogos (0,2 pontos percentuais)

(Notícia atualizada às 11h55)

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