Relação com EUA é “absolutamente fundamental” para Portugal e não pode depender de mudanças “circunstanciais”

O ministro dos Assuntos Parlamentares fala na necessidade de manter "cabeça fria" neste momento de "enorme incerteza" e diz que aliança política e militar com EUA é para manter.

Os Estados Unidos são um parceiro “fundamental” para Portugal e o Governo português está empenhado em manter “uma relação que não pode depender de mudanças circunstanciais”, defendeu Pedro Duarte. Para o ministro dos Assuntos Parlamentares, é importante que todos os governos mantenham “cabeça fria” neste momento de “enorme incerteza”, resistindo a tomar decisões por impulso.

A relação com os EUA é uma relação que continuamos a considerar absolutamente fundamental e que deve ser pensada nos cenários de médio e longo prazo. É uma relação que não pode depender de mudanças circunstanciais, seja na administração na Casa Branca ou declarações ou opiniões assumidas em determinado momento”, argumentou, esta quarta-feira, Pedro Duarte, num debate no plenário de urgência pedido pelo Bloco de Esquerda para discutir as ameaças da administração Trump e a reação do Governo português no contexto europeu.

O ministro reforçou que esta aliança “não depende de conjunturas, não depende de contextos momentâneos”.

Pedro Duarte destacou ainda que o Executivo reconhece que “vivemos um contexto global que prima por uma enorme incerteza e representa para todos nós um desafio”, em que “proliferam guerras militares e comerciais”.

“É um tempo em que alianças tradicionais estão a ser repensadas em termos globais, em que o multilateralismo está manifestamente enfraquecido, em que o equilíbrio pós-Guerra Fria foi destruído pela Rússia após a ilegítima e inaceitável invasão da Ucrânia”, apontou.

Perante aquilo que chama “circunstâncias de contexto”, o ministro dos Assuntos Parlamentares refere que “Portugal, através do seu governo, poderia ter dois caminhos”. O primeiro “contribuir para o frenesim, para a turbulência, indo atrás do que é o mais efémero, o imediato, o impulso mais reativo”.

A outra opção é manter uma posição coerente com os nossos princípios, com os nossos valores, com as características essenciais de uma diplomacia que tem primado historicamente por ter sucesso no equilíbrio e no contexto global”, destaca, notando que este foi o caminho escolhido pelo Executivo, privilegiando manter a relação com os EUA.

É uma aliança política e militar que queremos não só manter, mas que queremos também reforçar e valorizar“, defendeu Pedro Duarte, notando que Portugal tem-se afirmado “disponível para colaborar com os seus parceiros europeus para que uma agenda, que poderá ser positiva, com Washington vá prevalecer”.

Exige-se de todos os governos cabeça fria nestes tempos que estamos a viver, particularmente quando falamos de política externa. Exige-se serenidade, sobriedade, descrição, muitas vezes, particularmente quando estamos a falar de temas tão complexos como a crise no Médio Oriente ou Ucrânia”, atirou.

Pedro Duarte disse ainda que o Governo não vai vacilar na busca do equilíbrio seja nas relações bilaterais com os EUA, na UE ou no seio da NATO. “É um tempo que se exige firmeza mas exige-se também a reafirmação dos nossos valores, independentemente de impulsos”, sintetizou. Já quanto à guerra na Ucrânia, Pedro Duarte concordou que a Europa não pode ser passar ao lado de qualquer esforço de paz.

Também o deputado social-democrata Paulo Moniz reforçou a importância do debate pedido pelo BE, destacando que se trata de “um tema da maior relevância e maior sensibilidade”, destacando que “os EUA são para Portugal um parceiro muito importante“, quer para a economia, quer na relação comercial: “Exportamos quase 4% do nosso PIB para a América“.

O deputado reforçou que Portugal tem uma “relação secular com os EUA que importa conservar em nome do país. “O que pedimos ao governo é que seja inteligente na defesa dos interesses de Portugal e intransigente na defesa dos direitos dos europeus”, rematou.

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