“O ciclo inflacionista está quase a terminar”, vaticina Centeno

O governador do Banco de Portugal defende a continuação de cortes das taxas de juro, sublinhando o sucesso no combate à inflação, mas deixou alertas para os desafios estruturais na Europa.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou esta sexta-feira que o ciclo de cortes das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) deve prosseguir até que a inflação estabilize de forma sustentada nos 2%.

“Fomos capazes de baixar a inflação do pico de 10,6% em outubro de 2022 para níveis próximos do objetivo”, referiu Mário Centeno no decorrer da conferência promovida pelo Banco de Portugal “A transmissão da política monetária e o mercado de trabalho”, acrescentando ainda que “este ciclo inflacionista está quase a terminar.”

A intervenção do governador ocorre um dia após o BCE anunciar o quinto corte consecutivo de 25 pontos base das taxas de referência, reduzindo a taxa de depósito para 2,50%.

Apesar do otimismo, o governador frisou que “as taxas de juro manter-se-ão acima dos níveis pré-Covid-19”, sublinhando a necessidade de “planos orçamentais bem desenhados” para financiar prioridades como a transição energética. “Precisamos de gastar muito dinheiro. Temos esse dinheiro. Não precisamos de ter medo”.

Centeno considera que a Europa “está numa fase crucial”, salientado que a “economia que não cresce tem muita dificultar em investir.” Por essa razão, Centeno defendeu a necessidade de se promover reformas estruturais.

No decorrer da sua intervenção, Centeno também abordou vários dados do mercado de trabalho na Europa, destacando “Portugal como um dos mercados na Europa, se não o mercado na Europa, que mais aumentou as dinâmicas da criação de emprego e de salários” na última década.

Contudo, o governador alertou para o desequilíbrio entre criação de postos de trabalho e produtividade em Portugal mas também na Europa. “Temos uma baixa produtividade porque as dinâmicas do mercado de trabalho não têm contrapartida em eficiência”.

O governador reconheceu ainda que “as margens de lucro das empresas têm acomodado o aumento dos salários reais” na generalidade dos países da Zona Euro, um fenómeno que considera vital para evitar pressões inflacionistas no bloco europeu.

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