Fidelidade recebe ofertas indicativas pela Luz Saúde em abril
Memorandos informativos foram enviados a potenciais investidores esta semana, de acordo com a Mergermarket. ICG e Ardian estarão a analisar. ECO sabe que americana Advent também recebeu convite.
A Fidelidade conta receber ofertas não vinculativas (non-binding offers) para vender uma participação minoritária na Luz Saúde no final de abril, de acordo com a informação divulgada esta quinta-feira pela Mergermarket.
Os memorandos informativos – que nos processos de fusões e aquisições servem para dar aos potenciais compradores informações essenciais e elaboradas sobre a empresa à venda – foram enviados esta semana, avançaram fontes familiarizadas com o assunto à plataforma de M&A.
A Fidelidade — que não comenta estas informações — está disposta a vender uma participação de 40%, mas poderá ser superior em alguns pontos percentuais, procurando uma avaliação superior a mil milhões de euros para o grupo hospitalar.
A seguradora já tinha enviado cartas-convite a mais de uma dezena de potenciais investidores, entre os quais estão sociedades de private equity internacionais, como a KKR, a Macquarie Group ou a PureHealth Holding de Abu Dhabi. Os brasileiros da Rede D’Or São Luiz SA, os britânicos da Intermediate Capital Group (ICG) ou os franceses da Ardian também estarão a analisar este ativo, segundo a Bloomberg e a Mergermarket. O ECO sabe que a norte-americana Advent International também recebeu o memorando informativo.
A agência financeira Bloomberg noticiou em fevereiro que a Fidelidade contratou o banco de investimento Natixis para dar início a contactos com eventuais interessados em comprar uma posição minoritária no grupo Luz Saúde.
Luz Saúde contribui com 38 milhões para o grupo Fidelidade
A Luz Saúde contribuiu com um resultado líquido positivo de 37,7 milhões de euros para o grupo Fidelidade no ano passado, o que representou um crescimento homólogo de 21%. Em 2024, as receitas da Luz Saúde subiram 10% para os 730 milhões de euros.
No mais recente relatório e contas, a companhia seguradora menciona uma “receita ímpar” da operação hospitalar” e lembra a tentativa frustrada de levar o grupo de saúde para a bolsa no ano passado: “Embora a intenção de alienação por IPO de uma posição minoritária na Luz Saúde tenha sido anunciada, a operação acabou por ser suspensa, visto as condições gerais de mercado na data prevista refletirem a incerteza gerada pelo recrudescimento do conflito no Médio Oriente, sendo por isso impeditivas de uma correta valorização do ativo”.
Em entrevista ao podcast do ECO “À Prova de Futuro”, a CEO da Luz Saúde disse que o interesse em abrir o capital se mantinha, mas poderia passar por outras alternativas, como a venda direta de uma participação a investidores.
Questionada sobre se a abertura do capital pode não passar necessariamente por uma venda do capital em bolsa, Isabel Vaz respondeu: “Pode não passar, ainda que nós, equipa de gestão, gostamos disso. O processo do IPO [oferta pública inicial] teve alguma graça, porque quando nós fizemos o intention to float e de repente o Irão mete 300 mísseis em Israel nessa semana. Nós realmente temos uma pontaria…”.
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