Libor vai acabar em 2021
O objetivo é arranjar um indicador mais fiável após o escândalo que envolveu esta taxa de juro que serve de referência ao equivalente a cerca de 300 biliões de euros em produtos financeiros.
A Libor está com os dias contados. As autoridades britânicas pretendem abandonar esta taxa de juro que serve de referência ao equivalente a cerca de 300 biliões de euros em produtos financeiros, por um indicador mais fiável. A taxa deverá deixar de ser utilizada em 2021, e ser substituída por um indicador mais fiável. Andrew Bailey, que lidera a Financial Conduct Authority (FCA), afirmou nesta quinta-feira que a Libor tornou-se um exemplo de corrupção, depois de traders terem sido apanhados a manipulá-la. De acordo com este responsável, não há mercado que suporte a Libor, devido à falta de transações.
“Não acreditamos que vamos completar a jornada para benchmarks baseados em transações se os mercados continuarem a basear-se na Libor no atual formato”, afirmou Bailey citado pela Bloomberg. “O suporte do painel dos bancos para a atual Libor até ao final de 2021 irá permitir uma transição planeada e executada de forma suave”, acrescentou.
A Libor, a taxa média interbancária no mercado monetário, é utilizada na definição das taxas de juro do crédito à habitação ou de empréstimos a estudantes. É determinada com base na média das taxas que um conjunto de 20 bancos antecipa que serão capazes de se financiar entre si, em cinco moedas diferentes e em sete períodos temporais, e é atualizada todos os dias de manhã.
Contudo, Andrew Bailey lembra que a informação disponibilizada por este painel já não é “suficientemente ativa” para determinar uma taxa confiável. Por cada cada moeda e prazo apenas ocorreram 15 transações em 2016, afirmou o líder da FCA.
A decisão de as autoridades britânicas abandonarem essa taxa surge numa altura em que também está a ser avaliada a substituição da Euribor, taxa que serve de referência a todos os empréstimos à habitação de taxa variável existentes em Portugal, por uma também mais fiável. O tema foi debatido nos últimos meses, tendo a European Money Markets Institute (EMMI), entidade responsável pela taxa que serve de base às prestações dos créditos, testado um modelo de cálculo baseado em transações efetivamente realizadas entre os bancos. No seguimento desses testes, a EMMI veio anunciar no início de maio que essa mudança “não é exequível” por agora, tendo-se comprometido a desenvolver um modelo híbrido que responda às atuais condições do mercado enquanto é feita a reforma da taxa Euribor.
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