Afinal, número de imigrantes em Portugal subiu para 1,55 milhões em 2024. Eram cerca de 420 mil em 2017

Governo tem defendido "visão regulada e humanista" da imigração. Novo relatório mostra que, desde junho, fluxo de entradas de estrangeiros para obtenção de autorização de residência reduziu 59%.

O número de imigrantes a viver em Portugal subiu para quase 1,55 milhões no final de 2024, face aos 1,29 milhões no fim do ano anterior, segundo dados divulgados esta terça-feira pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA).

Este crescimento em 2024 foi verificado sobretudo no primeiro semestre do ano, enquanto se mantinha em vigor o mecanismo da manifestação de interesse, que foi extinto já por este Governo.

“A 31 de dezembro de 2024, Portugal registava, pelo menos, 1.546.521 cidadãos estrangeiros. Este número quase quadruplica o total de 421.785 cidadãos estrangeiros registado no final de 2017“, lê-se no relatório intercalar divulgado esta tarde.

Esse total relativo ao último ano deverá, porém, ser revisto em alta — “previsivelmente em mais 50 mil cidadãos estrangeiros”, detalha a AIMA –, quando for concluído o tratamento dos pedidos de regularização ao abrigo do regime transitório criado em meados de 2024.

“Estes cerca de 50 mil cidadãos já se encontravam em território nacional antes de 3 de junho de 2024 e já apresentaram pedido ao abrigo do regime transitório. Estima-se que, com esta revisão, o número de estrangeiros em Portugal em 2024 seja de cerca de 1.600.000“, esclarece a agência liderada por Pedro Portugal Gaspar.

Por outro lado, com base no trabalho que tem sido feito pela Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes, também os totais dos últimos anos já foram revistos em alta.

Para 2023, o número oficial anterior rondava os 1,044 milhões de imigrantes em Portugal. O número oficial agora é de cerca de 1,29 milhões de indivíduos. “Representa um aumento de 248.857 face ao número apresentado no Relatório de Migrações e Asilo relativo a 2023”, aponta o relatório intercalar.

A AIMA salienta, além disso, que, após o fim do regime da manifestação de interesse a 3 de junho de 2024, houve uma redução de 59% do fluxo de entradas de cidadãos estrangeiros em Portugal que tinham em vista a obtenção de uma autorização de residência.

No verão do ano passado, o Governo anunciou o fim das manifestações de interesse como parte de um pacote de medidas com vista a pôr um “ponto final” às “entradas sem regras” de imigrantes em Portugal.

O Executivo tem defendido uma visão “regulada e humanista” da imigração, salientando que, com as regras anteriormente em vigor, não estava a ser possível acolher bem essas pessoas, nem encaixá-las de forma adequada no mercado de trabalho.

Para resolver esse problema, além de ter acabado com as manifestações de interesse, o Governo criou canais tipo “via verde” para facilitar a atribuição de visto aos estrangeiros que as empresas recrutem lá fora. Em troca, os empregadores têm de garantir um contrato de trabalho, formação e acesso a “alojamento adequado”.

(Notícia atualizada às 18h25)

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