FMI corta previsão de crescimento de Portugal para 2% este ano

Fundo Monetário Internacional reviu em baixa o crescimento da economia portuguesa para 2% este ano e 1,7% no próximo, menos três décimas do que em outubro.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação a Portugal, tendo revisto em baixa o crescimento da economia portuguesa para este ano e o próximo. A instituição aponta agora para uma taxa de 2% e 1,7%, respetivamente, ambas abaixo do previsto pelo Governo e das previsões mais recentes do Banco de Portugal e do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

Na atualização das projeções económicas mundiais divulgadas esta terça-feira, o FMI corta em três décimas a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), quer para este ano quer para o próximo, face ao relatório de outubro.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva, cujo perfil de previsões é tradicionalmente mais conservador, revela-se assim menos otimista do que o Governo português. A previsão oficial do Ministério das Finanças é de que, após um crescimento de 1,9% em 2024, a economia avance 2,1% em 2025.

Porém, no programa eleitoral da AD, a coligação que junta PSD e CDS aponta para uma expansão do PIB de 2,4% este ano, acelerando para 2,6% em 2026. Já o PS espera um crescimento de 2,3% este ano, com a economia a desacelerar ligeiramente para 2,1% no ano seguinte.

Entre as restantes instituições económicas, depois da Comissão Europeia — cuja projeção de 1,9% remonta a novembro –, o FMI e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esperam a menor taxa de crescimento em 2025, enquanto o Banco de Portugal antevê a maior (2,3%). Enquanto isso, o Conselho das Finanças Públicas aponta para um crescimento de 2,2%.

Para 2026, a previsão do FMI torna-se a mais baixa entre as restantes instituições, que variam entre os 2% esperados pela Conselho das Finanças Públicas e pela OCDE e os 2,2% previstos pelo Ministério das Finanças.

A posição mais pessimista da instituição de Bretton Woods é transversal à generalidade das economias. Na semana passada, no tradicional discurso que antecede o início das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial, que decorrem esta semana em Washington, Georgieva já tinha adiantado que as novas projeções de crescimento iriam “incluir reduções significativas, mas não recessão”, refletindo já os riscos da guerra comercial desencadeada pelos EUA.

Assim, o FMI reviu esta terça-feira em baixa o crescimento do PIB mundial para 2,8% em 2025, menos cinco décimas do que em janeiro, e o da Zona Euro para 0,8%, menos duas décimas do que anteriormente.

O FMI prevê ainda que a taxa de de inflação em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), desacelere de 2,7% em 2024 para 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026. Já para a taxa de desemprego aponta para uma redução gradual, passando dos 6,5% registados no ano passado para 6,4% este ano e 6,3% em 2025.

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