Tarifas? “Aquilo que temos de fazer depende de nós”, diz administrador do Novobanco

O aumento das tarifas americanas representa uma "dificuldade" para as empresas, mas Portugal deve pensar nas variáveis que consegue controlar.

As tarifas anunciadas por Donald Trump representam uma “dificuldade”, mas Portugal deve concentrar-se nas “variáveis que consegue controlar” para ultrapassar a situação de maior incerteza em relação à economia global, admitiram o presidente da CIP, Armindo Monteiro, e o administrador do Novobanco, Luís Ribeiro.

“Temos uma tendência para sobrevalorizar as variáveis que não controlamos em vez de pensar nas variáveis que conseguimos controlar”, começou por referir Armindo Monteiro na 9.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO no CCB em Lisboa.

“Não desvalorizo a importância do mercado americano, mas não podemos concentrar nos EUA e a política errática todos os nossos problemas”, frisou logo a seguir no painel dedicado ao ‘Financiamento das Empresas.

Para o presidente da CIP, o aumento das tarifas é uma “dificuldade óbvia”, mas o país confronta-se com muitos mais obstáculos. “Temos impostos, legislação, licenciamento, uma administração pública que não está a o serviço das empresas e famílias”, referiu.

Ao seu lado, Luís Ribeiro seguiu a mesma bitola. Admitiu que há empresas que vão ser mais impactadas pelo aumento das tarifas, mas “há um outro mundo” para onde Portugal se deve virar. “Aquilo que temos de fazer depende de nós, perceber onde somos competitivos, manter uma economia aberta e aumentar o peso das exportações”, frisou.

Nesse sentido, destacou o papel dos bancos no apoio às empresas através de linhas de financiamento, operações de trade finance e apoio de tesouraria para ajudá-las a superar o atual momento de maior incerteza.

“Quase pedimos desculpa por falar em criar riqueza”

Armindo Monteiro instou ainda a uma mudança de mentalidade. “Quase pedimos desculpa por falar em empresas e criar riqueza. Falar na palavra lucro, margem, prosperidade é quase uma vergonha”, atirou o presidente da CIP

Sobre o dia a seguir às eleições, elencou três ideias principais – isto depois de criticar programas eleitorais com 300 páginas e que mais se parecem com “listas telefónicas”: “Criar condições para valorizar o salário. Mas isso não é possível sem fazer crescer a economia. E é preciso simplificar o Estado, que muitas vezes serve a sua própria função”, explanou.

O administrador do Novobanco lembrou que os bancos criam valor “não apenas nos juros que pagam nos depósitos”, isto em resposta a uma crítica do líder do PS, que na abertura da conferência questionou se os bancos iriam melhorar a remuneração aos depositantes com a baixa do IRC.

“A qualidade da banca portuguesa assegura o papel que tem no apoio aos portugueses nos seus projetos. Isso cria valor, não apenas nos juros que paga nos depósitos”, disse Luís Ribeiro.

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