Dívida portuguesa na moda. Spread face à Alemanha em mínimos de 18 meses
Os juros da dívida nacional a dez anos caem pela quarta sessão consecutiva, com o spread face às bunds alemãs no prazo a dez anos a cair para 233 pontos. Um mínimo de 18 meses.
Os juros da dívida soberana nacional estão novamente a aliviar, com o spread da taxa a dez anos face à dívida alemã a estreitar-se para um novo mínimo de 18 meses. O movimento de queda é transversal a todas as maturidades, num dia em que a dívida nacional é também a que mais recua na Europa. O juros nacionais beneficiam do bom momento da economia nacional e do apetite que a dívida portuguesa está a despertar junto dos investidores institucionais.
A taxa a dez anos da dívida soberana nacional cai pela quarta sessão consecutiva, para níveis de há um mês. Nesse prazo, a yield recua 3,3 pontos base, para os 2,894%, em contraciclo com as bunds alemãs, que agravam em 1,5 pontos base, para os 0,557%. Essa evolução, faz com que o spread entre a dívida soberana nacional e a alemã se estreite para novos mínimos de 18 meses. O spread entre as taxas da dívida a dez anos dos dois países está nos 233,57 pontos, o patamar mas baixo desde o fecho de 19 de janeiro de 2016.
Spread da dívida nacional face à alemã
Nos restantes países periféricos, o sentimento geral é também de alívio das yields, mas com quebras mais curtas face ao que acontece com a dívida soberana nacional. A taxa a dez anos da dívida espanhola desliza 1,6 pontos base, para os 1,509%, enquanto a yield italiana na mesma maturidade cai 1,8 pontos base, para os 2,104%.
O alívio das yields nacionais acontece num período em que a economia portuguesa dá sinais de forte recuperação, com o PIB a crescer ao ritmo mais elevado desde o ano de 2007 e o Governo a proceder a reembolsos antecipados do empréstimo do FMI. Este bom momento da economia nacional que se reflete nos juros da dívida está a atrair investidores institucionais internacionais a investirem novamente nas obrigações soberanas nacionais. Entre estes grandes investidores estão, por exemplo, o Nomura.
“As dinâmicas estão a mudar” para Portugal, afirmou neste domingo Richard Hodges, responsável pelo investimento em taxa fixa do Nomura Asset Management, relativamente às perspetivas sobre a dívida nacional, citado pela Bloomberg. Para além das perspetivas económicas favoráveis e os reembolsos antecipados ao FMI, “estão de alguma forma com acesso aberto aos mercados de financiamento” acrescentou o mesmo responsável.
Richard Hodges afirmou ainda que cerca de 10% do seu fundo consiste em obrigações de Portugal, metade das quais denominadas em dólares. “Temos vindo a aumentar a exposição e tem sido uma aposta bem-sucedida”, conclui o gestor.
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