A dívida portuguesa é o melhor negócio deste fundo japonês

O Nomura aumentou "significativamente" a sua exposição à dívida portuguesa, mas não foi por acaso. Esta tem sido "uma aposta bem sucedida", diz o gestor do fundo de investimento do banco japonês.

A dívida portuguesa ainda é considerada pela maior parte das agências de rating como “lixo”. Mas para o fundo japonês Nomura Asset Management a dívida da República foi o melhor negócio da carteira de investimento. Não foi por acaso que o gestor do fundo, Richard Hodges, no início deste mês, indicou que a exposição do Nomura à dívida portuguesa aumentou “significativamente”.

As dinâmicas estão a mudar em Portugal“. A frase é Richard Hodges, gestor do fundo, que acredita na retoma da economia portuguesa — que cresceu 2,8% no primeiro trimestre — e na estabilidade da solução política portuguesa. À Bloomberg, este domingo, o gestor revelou que um décimo da sua carteira de investimento — avaliada em 435 mil milhões de dólares — consiste em dívida portuguesa. Ou seja, cerca de 435 milhões de euros.

“Temos vindo a aumentar a exposição e tem sido uma aposta bem-sucedida”, conclui o gestor, revelando que a divida portuguesa é o seu melhor negócio. Sobre o futuro, Hodges está otimista e assinala que uma melhoria do rating espanhol poderia beneficiar o rating português. Por isso, o gestor projeta que, a seu tempo, os mercados também vão começar a considerar a possibilidade da dívida portuguesa passar a ter um rating de investimento.

Segundo a Bloomberg, as obrigações portuguesas são as que estão a dar mais retorno este ano, se excluirmos as gregas. Além disso, a diferença entre a dívida a 10 anos de Portugal e da Alemanhã tem estado a baixar, tendo atingido um mínimo de 18 meses.

Temos vindo a aumentar a exposição e tem sido uma aposta bem-sucedida.

Richard Hodges

Gestor do Nomura Global Dynamic Fund

É nessa diferença que o Nomura está a apostar. Com a subida das taxas de juros das obrigações alemãs na sequência dos comentários mais conservadores de Mario Draghi no final de junho, o Nomura lucrou com essa estratégia, mas que manteve a exposição a Portugal.

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