PIB contrai-se 0,5% no arranque do ano face ao trimestre anterior
O PIB caiu 0,5% no primeiro trimestre comparando com o quarto trimestre de 2024, período em que registou um crescimento de 1,4%. Na comparação homóloga, avançou 1,6%.
O crescimento da economia desacelerou para 1,6% no primeiro trimestre, face a igual período do ano passado, de acordo com dados publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, o cenário é mais adverso quando comparado com a reta final de 2024, com o Produto Interno Bruto (PIB) a diminuir 0,5%.
Os economistas já esperavam uma forte desaceleração do crescimento da economia, mas nenhuma das projeções apontava para um recuo. As estimativas dos economistas consultados pelo ECO situavam-se num intervalo entre 2,4% e 2,8% na comparação homóloga e 0,1% e 0,6% na comparação em cadeia.
Os dados preliminares do organismo de estatística divulgados esta sexta-feira indicam que comparando com o quarto trimestre de 2024, o PIB diminuiu 0,5,%, após um crescimento de 1,4% no trimestre anterior. Esta evolução resultou da combinação de um contributo nulo da procura interna (após ter sido positiva nos últimos três meses de 2024) e do contributo negativo da procura externa líquida.

O Banco de Portugal, por exemplo, previa que a taxa de variação em cadeia do PIB fosse de 0,2% no trimestre inicial de 2025. “No primeiro trimestre de 2025, o rendimento disponível nominal deverá reduzir-se 1,2% — revertendo parcialmente o aumento do quarto trimestre — e refletir-se numa retração do consumo privado, já corroborada pelos indicadores de conjuntura disponíveis“, escreveu a instituição liderada por Mário Centeno no “Boletim Económico de março”.
O desempenho face ao último trimestre de 2024, compara com o crescimento de 0,4% na Zona Euro e de 0,3% na União Europeia, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat na quarta-feira. Quando comparado com os primeiros três meses de 2024, a taxa de crescimento nos países da moeda única foi de 1,2% e na UE como um todo de 1,4%.
Na comparação homóloga, a desaceleração prevista concretizou-se, sendo contudo mais acentuada do que a expectativa dos economistas. A economia cresceu 1,6% no arranque do ano, após um crescimento de 2,8% no trimestre precedente.
O INE explica que o contributo positivo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no primeiro trimestre, em resultado do abrandamento do consumo privado. Paralelamente, o contributo negativo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB foi “mais acentuado, refletindo a desaceleração das exportações de bens e serviços“.
As exportações cresceram 7,8%, enquanto as importações subiram 7,1% no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a semana passada.

O organismo de estatística dá nota de que a incorporação de nova informação primária no apuramento da estimativa rápida do PIB, nomeadamente no que se refere ao comércio internacional de bens relativo ao quarto trimestre de 2024, levou à revisão em baixa de 0,1 pontos percentuais nas taxas de variação homóloga e em cadeia do PIB para o quarto trimestre de 2024.
A divulgação dos dados relativamente à evolução do PIB esteve prevista para quarta-feira, mas foi adiado para esta sexta-feira devido ao apagão que paralisou o país na segunda-feira.
(Notícia atualizada às 11h28)
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