AD chama antigos líderes à campanha e PS “mentiroso” a Montenegro
No final do último debate eleitoral, Montenegro aconselha portugueses a votarem pela “estabilidade política” e Pedro Nuno Santos não vê “razões que possam levar o povo a renovar a confiança" na AD.
Na ressaca do debate televisivo que juntou os oito líderes partidários com assento parlamentar e no final de um derradeiro encontro entre todos, desta feita transmitido pelas rádios, Luís Montenegro aconselhou os portugueses a “não desperdiçarem o instrumento que têm na mão” para conferir “estabilidade política” na próxima legislatura, enquanto Pedro Nuno Santos diz que “não há nenhuma razão que possa levar o povo a renovar a confiança numa coligação e num ainda primeiro-ministro que falhou nas áreas fundamentais”, apontando ao início de uma “nova fase política” em Portugal.
Além de falar diretamente aos reformados, reclamando ter aumentado todas as pensões, aumentado duas vezes o complemento solidário para idosos e a comparticipação dos medicamentos, o líder da AD voltou a piscar o olho aos eleitores do Chega. Depois do tema da expulsão de imigrantes ilegais, que marcou o fim de semana, destacou esta manhã o reforço do policiamento de proximidade, o combate à criminalidade violenta e a necessidade de “continuar a ter Portugal como um dos países mais seguros do mundo e aproveitar esse ativo económico para atrair recursos humanos e investimento empresarial”.
![]()
"Os portugueses não devem desperdiçar o instrumento que têm na sua mão, que é o futuro de Portugal. Nomeadamente, dando a estabilidade política para podermos continuar o trabalho que tem vindo a ser feito.”
No dia em que Cavaco Silva voltou à campanha para defender Montenegro, dizendo que o social-democrata foi alvo de “campanha de suspeitas e insinuações”, Montenegro agradeceu a “lucidez e discernimento da análise política” do antigo Presidente da República. E anunciou que esta terça-feira, a propósito das comemorações dos 51 anos do PSD, terá um encontro com antigos líderes do partido, incluindo Cavaco e Pedro Passos Coelho, Marques Mendes e Rui Rio, para mostrar que o partido está “unido, coeso e muito empenhado em fazer com que Portugal não pare”. De acordo com a agenda da coligação, o almoço com ex-líderes irá acontecer na sede do partido.
Já Pedro Nuno Santos, também em declarações aos jornalistas à saída do debate das rádios, insistiu que o primeiro-ministro cessante “falhou no essencial”. “Deixa-nos uma economia a cair, um cenário macroeconómico completamente irrelevante – aliás, o crescimento económico para 2025 já vai ter de ser revisto em baixa. É o resultado do fracasso na governação. Deixa-nos o SNS num caos, a habitação muito mais cara do que há um ano e falhou redondamente na gestão de várias crises, além de ser o principal fator de instabilidade política em Portugal”, resumiu o líder do PS.
![]()
"Luís Montenegro deixa-nos uma economia a cair, um cenário macroeconómico completamente irrelevante – aliás, o crescimento económico para 2025 já vai ter de ser revisto em baixa.”
Aliás, acrescentou o secretário-geral socialista, Montenegro “devia pedir desculpa aos portugueses. Porquê? “Por deixar uma economia a cair e pela gestão negligente e irresponsável da greve do INEM que levou a 11 mortes, por mais mulheres estarem a ter partos em ambulâncias e a todos os jovens que estão ainda mais longe de conseguir comprar casa do que estavam há um ano, e pela forma irresponsável com que misturou negócios com política”, elencou Pedro Nuno. Descrevendo-se como “um político transparente em toda a linha”, contrapôs que o rival “transformou a mentira numa forma de viver” e “é alguém que faz da mentira uma prática quotidiana”.
Da parte do Chega, que as sondagens apontam como o terceiro mais bem colocado para as legislativas de 18 de maio, André Ventura lamentou que o ainda primeiro-ministro viva “alienado e alheado da realidade”, sustentando que o partido que lidera é “a única alternativa para evitar que o PS volte para o Governo”. “Face à maioria de direita para a qual apontam todas as sondagens, as pessoas têm de escolher se querem o Chega a liderar essa direita e, nesse caso, Montenegro terá de sair e de ser encontrada outra solução [interna no PSD], ou se querem a mesma solução de Montenegro para termos daqui a alguns meses outros capítulos desta história”, resumiu.
As pessoas têm de escolher se querem o Chega a liderar a direita e, nesse caso, Montenegro terá de sair e de ser encontrada outra solução [interna no PSD].
Enquanto André Ventura pede “uma oportunidade para poder governar” e espera que o Presidente da República “nomeie o mais votado” depois de apurados os resultados daqui a menos de duas semanas, Rui Rocha reclama que “só um partido com impulso reformista para o país, que quer mudar as coisas na habitação, na carga fiscal, no acesso à saúde e na reforma do Estado que todos os outros partidos ignoram”.
Questionado sobre as linhas vermelhas para uma eventual coligação pós-eleitoral com a AD, respondeu que “a coligação da Iniciativa Liberal é com os portugueses”, prometendo “absoluto sentido de responsabilidade e de Estado” para que “destas eleições saiam soluções para os portugueses. “Somos absolutamente exigentes, mas responsáveis. Estamos disponíveis para nos coligarmos com os interesses dos portugueses, puxando por políticas mais liberais e rompendo com esta estagnação”, rematou.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
AD chama antigos líderes à campanha e PS “mentiroso” a Montenegro
{{ noCommentsLabel }}