BRANDS' TRABALHO Afinal, o que é uma carreira no século XXI?

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  • 22 Maio 2025

A ideia de um trabalho para a vida é cada vez mais uma ideia do passado, e está a ser substituída por percursos profissionais diversos.

Já lá vai o tempo em que se entrava numa empresa para lá ficar uma vida. No segundo episódio do podcast Work Around, promovido pelo ECO com o apoio da Gi Group Holding, discutiu-se o conceito de carreira à luz dos novos tempos — um percurso já longe de ser linear e cada vez mais moldado pela diversidade de experiências.

“Hoje em dia, as pessoas procuram a carreira feita por conjuntos de várias experiências, seja em organizações, seja em funções diversas”, afirma Nuno Cochicho, Service Excellence Manager & Training na Gi Training. Na sua perspetiva, o tradicional modelo de formação à função está em desuso. “Aquele conceito que tínhamos há uns anos largos, em que a pessoa fazia formação e era essa a sua carreira já é raro acontecer”, acrescenta.

A necessidade de adaptação das empresas a este novo paradigma é evidente, sobretudo quando se trata de lidar com múltiplas gerações no mesmo espaço de trabalho. Artur Marinho, responsável de Recursos Humanos na MareDeus, empresa industrial familiar, nota precisamente essa complexidade. “Temos pessoas desde os 60 anos até aos 20. Essas diferenças são cada vez mais notórias e obrigam-nos a uma gestão diferente”, reconhece. Artur Marinho reforça ainda que as novas gerações “têm menos paciência para esperar” e procuram resultados e progressão imediata, o que exige das empresas modelos de gestão mais ágeis e personalizados.

Porém, a transformação não se limita às pessoas. O contexto também mudou. A pandemia, a tecnologia e a globalização criaram novas oportunidades e redesenharam as fronteiras do trabalho. Para Artur Marinho, “a pandemia veio mostrar novas formas de executar tarefas” e aproximou diferentes realidades. “Hoje é possível estar em casa e corresponder à execução das tarefas que antigamente tinham de ser feitas presencialmente”, aponta.

“Estas três variáveis — tecnologia, estilo de vida e globalização — estão intimamente interligadas. A pandemia ajudou-nos a tomar consciência de tudo isto”, confirma Nuno Cochicho. A exigência recai agora sobre as organizações, que precisam de “olhar para as suas equipas de forma diferente” e garantir condições para a realização pessoal e profissional.

"A pandemia veio mostrar novas formas de executar tarefas. Hoje é possível estar em casa e corresponder à execução das tarefas que antigamente tinham de ser feitas presencialmente.”

Artur Marinho, responsável de Recursos Humanos na MareDeus

Esse reposicionamento passa também pela aposta na formação contínua. Os chavões upskilling e reskilling deixaram de ser apenas tendências e são hoje realidades nas empresas que querem manter-se competitivas e capazes de atrair talento. “Dividiria as empresas entre as que apostam verdadeiramente na formação e as que ainda o fazem porque é obrigatório”, diz Nuno Cochicho. Na Gi Training, muitas formações são feitas à medida, adaptadas às necessidades específicas dos clientes.

Na MareDeus, a formação é uma ferramenta estratégica essencial para reter talento e garantir a sustentabilidade do negócio. “Todos os nossos quadros começaram no chão de fábrica”, explica Artur Marinho, que defende um modelo de evolução interna com foco no conhecimento transversal da atividade. “Promovemos muito dentro da MareDeus as formações interdepartamentais. Todos conhecem a tarefa do colega de outro departamento. Amanhã pode haver uma necessidade e sou eu que posso ter de a resolver”, explica.

Essa lógica de proximidade e confiança é um dos segredos da empresa familiar, agora na quarta geração. “Não me interessa estar a obrigar alguém a ter uma formação que não lhe diz nada”, resume. A escuta ativa e a personalização são fundamentais para alinhar as necessidades individuais com os objetivos estratégicos da empresa.

"Dividiria as empresas entre as que apostam verdadeiramente na formação e as que ainda o fazem porque é obrigatório.”

Nuno Cochicho, Service Excellence Manager & Training na Gi Training

Mas o investimento compensa? A resposta é clara para os dois intervenientes. “A longo prazo, acaba por ser muito produtivo”, garante Artur Marinho, apontando o exemplo da resposta eficaz da equipa após uma catástrofe recente que afetou a fábrica. A preparação prévia permitiu que os colaboradores assumissem novas funções sem dificuldades. “Ajudar as nossas pessoas a estar preparadas nunca é um custo, é sempre um investimento de ganho”, assegura.

“Se começarmos a pensar qual é o custo de não investir na formação, as empresas vão perceber que vale a pena. Colaboradores que se sentem parte da organização dão retorno”, remata.

Em pleno século XXI, uma carreira é um percurso feito de escolhas, mudanças e aprendizagens. Saber acompanhar esse movimento é, mais do que uma vantagem, uma necessidade estratégica, garantem os participantes neste segundo episódio.

Assista, no vídeo abaixo, ao segundo episódio completo do podcast Work Around, uma parceria do ECO com a Gi Group Holding. Se preferir, ouça a versão podcast no Spotify e na Apple Podcasts.

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