Martin Schulz “confiante”, Angela Merkel em silêncio em eleições com participação aquém de 2013
Dos 61,5 milhões de eleitores alemães, 41,1% já votaram para decidir quem vai governar o país nos próximos quatro anos. Enquanto Schulz diz estar "confiante", Merkel votou e saiu em silêncio.
Cerca de 61,5 milhões de eleitores alemães vão às urnas para decidirem quem vai liderar o Bundestag, ou seja, o parlamento nacional, nos próximos quatro anos. As sondagens dão a vitória ao partido de Angela Merkel, mas Martin Schulz, o líder do SPD, disse estar “confiante num bom resultado”. Independentemente de quem vença, terá de negociar uma coligação para alcançar a maioria. Foi o caso de Merkel nos seus três últimos mandatos, que fez amizades tanto à esquerda como à direita, e poderá ser o caso nestas eleições, com mais de cinco combinações possíveis entre partidos. A participação nas eleições está a ser inferior à de 2013.
“Acho que até hoje, no dia das eleições, há ainda pessoas indecisas quanto ao seu voto. Espero que muitas tenham decidido nos últimos dias, e hoje, votar em mim e no meu partido. Sei que os outros partidos devem esperar o mesmo, mas estou otimista de que o SPD vá sair desta campanha eleitoral com um bom resultado“, afirma Martin Schulz, em declarações transmitidas pela SIC Notícias.
O líder dos sociais-democratas do SPD já votou durante esta manhã, apelando no Twitter para que os eleitores vão votar: “Eu escolhi. Agora é a sua vez. Para uma Alemanha mais justa e mais forte numa Europa mais pacífica e solidária”. Até às 11h00 (hora de Lisboa), tinham votado 41,1% dos eleitores, um valor que fica abaixo dos 41,4% em 2013, de acordo com dados oficiais citados pela Reuters.
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Merkel também já votou. Na mesa de voto da Universidade de Humboldt, a chanceler apareceu acompanhada pelo marido e foi rodeada por cerca de 150 jornalistas. Angela Merkel saiu sem fazer comentários.
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Assim que as urnas fecharem, às 17h00 (hora de Lisboa), as sondagens à saída das urnas — que são historicamente bastante precisas — vão revelar se a atual chanceler alemã conseguiu superar as expectativas, como aconteceu nas eleições de 2013. Caso a coligação CDU/CSU e o Partido Democrático Liberal consigam uma percentagem combinada de 48,5% dos votos, isso vai permitir que Merkel retome a coligação que liderou entre 2009 e 2013.
Se Merkel não conseguir alcançar este número de votos, então terá duas alternativas: a primeira será tentar convencer o partido Os Verdes a juntar-se à coligação com o Partido Democrático Liberal, uma combinação que ainda não foi “testada” no país. A opção mais fácil parece ser continuar com a coligação que tem com o SPD, embora deva enfrentar a resistência de alguns sociais-democratas. Um acordo CDU-FDP deve demorar apenas algumas semanas a ser definido, mas as negociações poderão arrastar-se durante meses.
Há ainda a possibilidade de a extrema-direita conseguir um lugar no Parlamento. As sondagens mostram que o AfD tem 12% das intenções de voto, conseguindo possivelmente ficar em terceiro lugar.
Estas eleições gerais, que vão também decidir quem será o próximo governante de uma das maiores economias europeias, vêm depois de períodos tumultuosos para os seus aliados, que tiveram de tomar decisões muito importantes: o Reino Unido optou pelo Brexit, os Estados Unidos por Trump e a França por Macron.
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