CTT afundam para mínimo histórico após corte de dividendo

Os títulos da empresa liderada por Francisco Lacerda estão a afundar em bolsa para o valor mais baixo de sempre. Esta é a reação dos investidores à queda dos lucros, mas também ao corte do dividendo.

Os CTT estão a viver a pior sessão de sempre em bolsa. As ações da empresa liderada por Francisco Lacerda estiveram a perder mais de 20%, recuando para o valor mais baixo de sempre, com os investidores a castigarem os títulos depois da forte quebra nos lucros em resultado da redução acentuada nos volumes de correio. E também fruto do corte do dividendo.

As ações arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa chegou a levar os títulos a apresentarem uma queda ainda mais forte: 20,69%. Os CTT chegaram a negociar nos 4,01 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais.

Ações dos CTT em queda

A queda expressiva mantém-se. Os títulos recuam 18,31% para 4,13 euros, num dia em que já foram negociados 3,6 milhões de títulos, muito mais do que a média diária de cerca de 800 mil ações. Perante esta desvalorização dos CTT, a bolsa nacional está a perder 0,3% para 5.459 pontos, sendo a única bolsa na Europa que cai. A Galp chegou a cair 8% no arranque da sessão, mas já recuperou praticamente tudo.

Esta é a reação dos investidores à queda dos lucros, mas também ao corte do dividendo. Os CTT registaram lucros de 19,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, uma quebra de 57% face ao mesmo período do ano passado, um resultado que levou já vários bancos de investimento a reverem em baixa a avaliação dos CTT. BPI e JPMorgan baixaram as avaliações em 27% e 12%, respetivamente. O BPI vê os CTT a valerem 4,70 euros na bolsa.

A justificar a quebra dos lucros está a diminuição do tráfego de correio endereçado, além de um nível de custos fixos demasiado elevado. Os CTT fizeram, no conjunto dos nove primeiros meses do ano, um total de 555,4 milhões de entregas, o que corresponde a uma queda de 6,1% em relação ao ano passado.

Neste sentido, a empresa liderada por Francisco Lacerda anunciou que “uma reestruturação considerável dos custos, para ajustar a escala de operações às atuais necessidades, está a ser preparada, para ser apresentada antes do final do ano”. Ao mesmo tempo, a empresa vai cortar o dividendo de 48 cêntimos por ação, que tinha sido decidido no início deste ano, para um dividendo de 38 cêntimos por ação.

(Notícia atualizada às 9h39 com mais informação)

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