Liberais ameaçam liderança de Centeno no Eurogrupo
Apesar de entre a esfera socialista o nome de Centeno ser o preferido, mas os "equilíbrios políticos" poderão afetar a candidatura do ministro das Finanças português ao Eurogrupo.
A liderança de Centeno no Eurogrupo ainda tem vários “senãos”. Os liberais, em conjunto com o Partido Popular Europeu, poderão apresentar entraves. O próprio Governo português ainda não decidiu enviar a candidatura, sendo que o prazo é o final de novembro.
A eleição do ministro do Eurogrupo está dependente de equilíbrios políticos no espaço da União Europeia, dentro da qual as famílias políticas se devem apoiar. Será de esperar que Centeno seja apoiado por Malta, Itália, Suécia e Grécia, mas o PPE tem oito ministros no Eurogrupo e, os liberais, dois. Os restantes quatro são independentes, mas dois de governos mais à direita. Desta forma, mesmo com o apoio de Espanha, será difícil obter a maioria simples necessária a ganhar as eleições, nota o Público.
A candidatura de Peter Kazimír, ministro das Finanças da Eslováquia, veio abalar as hipóteses de Centeno. Isto porque a sua ideologia será mais ao centro que a do ministro das Finanças português, o que facilitará a aceitação pelos liberais e pelo PPE.
Kazimír tem ainda a vantagem de ser oriundo da Europa de Leste, uma altura em que se pretende alargar a zona euro. Fonte do Governo português diz ao Público que Kazimír não foi o escolhido entre os socialistas, assumindo contudo que “a diplomacia é um jogo difícil de seguir”.
Antes de Kazimír surgir na lista de candidatos, Centeno aparecia como o preferido entre os socialistas. Na altura enfrentava apenas o ministro das Finanças italiano na corrida à presidência do Eurogrupo. O facto de o Banco Central Europeu presidido por um italiano — Mário Draghi — dava a vantagem ao “Ronaldo das Finanças”.
Os governos socialistas são cada vez menos entre os países da União Europeia. Este ano, desceram do poder na Áustria, Republica Checa, França e Holanda.
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