“Dividendos dos CTT não são exagerados”, diz Francisco Lacerda
Em 2016, os CTT distribuíram 74,4 milhões de euros em dividendos; nesse mesmo ano, reportaram lucros de 62,2 milhões de euros. Dividendos "não são exagerados", garante Francisco Lacerda.
No ano passado, os CTT distribuíram aos acionistas mais 10 milhões de euros do que os lucros que obtiveram. Essa distribuição generosa de dividendos foi possível graças à “situação financeira muito sólida” da empresa, argumenta Francisco Lacerda, presidente executivo dos CTT, que foi ouvido, esta tarde, no Parlamento.
“Temos, nos CTT, uma situação financeira forte. Não temos passivo bancário e temos disponibilidade de caixa. Os nossos resultados do exercício são afetados pelo esforço de investimento. Se for mais para trás, encontram-se outros anos em que a distribuição de dividendos foi superior aos lucros”, afirmou Francisco Lacerda, durante a audição que decorreu esta tarde na Comissão de Trabalho e Segurança Social, em resposta ao deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda. “Esta distribuição de dividendos é possível porque temos uma situação financeira muito sólida”, defendeu.
"Não temos passivo bancário e temos disponibilidade de caixa. Esta distribuição de dividendos é possível porque temos uma situação financeira muito sólida.”
Já antes, em resposta ao deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro, o presidente dos CTT tinha dito que os dividendos a distribuir pelos acionistas “são os que, em cada momento, pareçam mais adequados”. Mas, garante, “não são exagerados”. Em 2016, os CTT distribuíram 74,4 milhões de euros em dividendos; nesse mesmo ano, reportaram lucros de 62,2 milhões de euros.
Transformação operacional, Maria Amélia ou despedimentos. No fim, saem mil pessoas
Durante a audição, Francisco Lacerda insistiu em chamar plano de transformação operacional ao plano de reestruturação apresentado pelos CTT na terça-feira e insistiu também em defender que não haverá despedimentos na empresa, ainda que o plano preveja a saída de mil pessoas. Isto porque não haverá um despedimento coletivo, mas um processo de rescisões por mútuo acordo.
“Nós entendemos que não são despedimentos e as pessoas que não querem aceitar não aceitam. É por isso que é uma rescisão por mútuo acordo“, salientou o presidente dos CTT. “Pode chamar-lhe Maria Amélia, mas há um plano de reestruturação que resulta na saída de 800 pessoas”, responde o deputado José Soeiro. Mesmo com menos 800 pessoas, das 12.400 com que a empresa conta atualmente, Francisco Lacerda considera que os CTT “serão eficientes, cumprindo as regras em vigor”.
Em causa estão, na verdade, mil pessoas. Atualmente, está já a decorrer um processo de rescisões ao qual deverão aderir 200 pessoas, das quais 140 já aderiram. A partir do próximo ano, arranca um novo processo, que irá levar à saída de mais 800 trabalhadores.
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