Ginásios Fitness Hut vendidos ao fundo inglês Bridges Ventures
Valor da transação não foi revelado, mas o líder do grupo que vendeu a cadeia de ginásios garante que é uma das maiores operações de capital privado, nos últimos anos, em Portugal.
A cadeia Fitness Hut, que possui 31 ginásios e fatura mais de 30 milhões de euros em Portugal, foi comprada pela Viva Gym Group Limited, do fundo britânico Bridges Ventures, que já detém a cadeia Viva Gym em Espanha.
Segundo adiantou à agência Lusa, o administrador delegado do The Edge Group, que vendeu ao fundo inglês os 50% que detinha no capital do Fitness Hut, o Bridges Venture tem já “experiência e provas dadas” neste setor – criou a primeira cadeia de ginásios ‘low cost’ em Inglaterra – e “mostrou interesse em fazer uma consolidação ibérica da operação de ginásios”.
De acordo com José Luís Pinto Basto (que, com Miguel Pais do Amaral, lidera o conjunto de ‘holdings’ de investimentos e capital de risco que constituem o The Edge Group), o negócio contemplou a venda da totalidade do capital do Fitness Hut, ou seja, quer os 50% detidos pela Edge Capital (‘holding’ de capital de risco e ‘private equity’ do grupo), quer os restantes 50% que eram controlados pela equipa de gestão da cadeia de ginásios.
Sem revelar o valor da venda, por exigência de confidencialidade por parte do comprador, mas avançando que “é seguramente uma das maiores operações de ‘private equity’ dos últimos anos em Portugal”, José Pinto Basto adiantou que a atual equipa de gestão “continuará a gerir a empresa”, tendo reinvestido “parte do produto da venda na ‘holding’ que vai deter a operação ibérica” de ginásios do fundo britânico.
“Deixamos a empresa em boas mãos, com a mesma equipa de gestão e com um fôlego financeiro superior ao nosso para continuar a fazê-la crescer e para investir na sua expansão internacional”, afirmou o administrador delegado do The Edge Group.
Convicto de que o objetivo dos novos proprietários do Fitness Hut é “continuar a expandir em Portugal e em Espanha”, José Pinto Basto revelou que, “para já, vão manter separadas as marcas Viva Gym em Espanha e Fitness Hut em Portugal, embora com uma gestão comum e várias sinergias”.
“Mas acreditamos que a intenção deles é, depois, vir a expandir este grupo para além das fronteiras ibéricas, até porque já têm experiência noutros mercados, nomeadamente no mercado inglês”, acrescentou.
O Fitness Hut nasceu em 2011 pelas mãos da Edge Capital e da atual equipa de gestão, com um investimento inicial que permitiu a abertura de oito ginásios nos dois primeiros anos. Em 2014 o OxyCapital Mezzanine Fund tornou-se parceiro do Fitness Hut, financiando a empresa com um investimento adicional de 12 milhões de euros, o que permitiu a aceleração da expansão da cadeia por todo o país.
Atualmente a cadeia Fitness Hut detém 31 ginásios em Portugal, com o número de sócios a ultrapassar os 110 mil e uma faturação superior a 30 milhões de euros, reclamando a liderança do setor do ‘fitness’ no país.
“A política da Edge Capital é fazer crescer os negócios, mas mantendo-se sempre disponível para sair, caso haja entidades que possam fazer mais pela empresa do que nós”, afirmou à Lusa José Pinto Basto.
No caso do Fitness Hut, disse, o Bridges Venture “já tinha mostrado, no passado, interesse e vontade de investir no crescimento no conceito”, mas em 2014 a opção recaiu na parceria com a Oxycapital. O canal de comunicação com o fundo britânico manteve-se, contudo, “sempre em aberto”, tendo-se traduzido no negócio agora concretizado, que foi “fechado em definitivo na sexta-feira” passada.
Revelando que o investimento total feito no Fitness Hut rondou os 1,5 milhões de euros por ginásio, José Pinto Basto destacou que a empresa “teve a particularidade de ser rentável desde o primeiro dia”, tendo atualmente um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) “superior a 10 milhões de euros”.
“Abrimos o primeiro ginásio nas Amoreiras, em 2011, com um EBITDA positivo desde o primeiro mês porque as pré-inscrições começaram três meses antes e quando abrimos já tínhamos quatro/cinco mil sócios inscritos. Foi uma empresa que, surpreendentemente, gerou ‘cash’ desde o primeiro dia e, como nenhum dos acionistas teve interesse em tirar qualquer dividendo da empresa, reinvestimos continuamente todos os ganhos que íamos tendo”, recordou.
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