Cinco gráficos que mostram como as empresas veem a corrupção
Em Portugal, a larga maioria das pessoas inquiridas pelo Eurobarómetro da Comissão Europeia considera que a corrupção é um problema generalizado, que chega a impedir a concretização de negócios.
A corrupção é um problema generalizado por todo o país; ter conexões políticas é a única forma de ser bem sucedido nos negócios; e a corrupção chega mesmo a impedir empresas de fecharem negócios com instituições públicas. É desta forma que os empresários portugueses inquiridos pelo mais recente Eurobarómetro da Comissão Europeia veem a corrupção em Portugal.
O relatório de Bruxelas conclui que perto de seis em cada dez empresas em Portugal via, no ano passado, a corrupção como um problema, um dos valores mais elevados da União Europeia. Aliás, em quase todos os indicadores de perceção da corrupção, Portugal fica muito pior na fotografia do que a média europeia.
Considera que a corrupção é um obstáculo para a sua empresa quando concretiza negócios no seu país?
Mais de metade das empresas inquiridas em Portugal (58%) responde afirmativamente a esta pergunta, enquanto 40% diz que não e apenas 2% diz que não sabe responder. São valores bastante diferentes da média europeia, onde apenas 37% dos empresários considera que a corrupção é um obstáculo aos negócios. A Roménia é o país onde os empresários mais sentem a corrupção como um obstáculo, com 85% a responder afirmativamente a esta pergunta.
Quão generalizado é o problema da corrupção no seu país?
Quando se pergunta quão generalizado é o problema da corrupção em Portugal, os números sobem significativamente. 86% dos empresários portugueses considera que é um problema totalmente generalizado e só 12% diz ser um problema “raro”. Em Chipre, não há dúvidas: 100% dos inquiridos diz que este é um problema totalmente generalizado. Já na média dos 28 países da União Europeia, só 67% acha que esta é uma questão generalizada.
No seu país, a única forma de ter sucesso nos negócios é ter conexões políticas?
Neste capítulo, Portugal está lado a lado com a Roménia no pódio dos países com a pior perceção: em ambos os casos, 70% dos empresários acredita que a única forma de alcançar sucesso nos negócios é ter conexões políticas. Na União Europeia, em média, 42% dos empresários diz o mesmo.
Nos últimos três anos, a corrupção impediu-o a si ou à sua empresa de vencer um concurso ou contrato público?
Em termos práticos, os números mudam e Portugal está até entre os melhores países. Só 21% das empresas portuguesas reconhece ter sido impedido, nos últimos três anos, de vencer um concurso público devido a corrupção, um número melhor do que a média europeia, de 31%. Já na Roménia, 62% dos empresários diz ter sido afastado de concursos públicos por corrupção.
Quão generalizado é o abuso da utilização de “motivos de emergência” para justificar procedimentos não concorrenciais ou mais acelerados na assinatura de contratos públicos?
Questionados sobre quão generalizado é o abuso dos “motivos de emergência” para justificar a falta de concorrência ou aceleração de contratos públicos (por exemplo, através de ajustes diretos), 76% dos empresários diz que este é um problema totalmente generalizado, contra a média de 46% na União Europeia.
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