Assunção Cristas: “Voto no CDS não vai contribuir para viabilizar Governo de Costa”
Assunção Cristas defende que "sozinhos, PSD e CDS, somos capazes de chegar a mais pessoas, de ter um discurso diferenciador que possa captar mais eleitorado".
A líder do CDS-PP garante que um “voto no CDS não vai contribuir para viabilizar Governo de Costa”. Numa indireta à estratégia de aproximação de Rui Rio a António Costa, Assunção Cristas garante que a sua “estratégia é ser uma alternativa ao Governo das esquerdas unidas”.
Em entrevista à Sic Notícias, esta terça-feira, a responsável centrista garante que “não é um delírio” da sua parte sonhar em ser a primeira escolha dos portugueses nas urnas, nas legislativas de 2019 e justifica a sua estratégia em avançar sozinha, sem uma coligação à partida com o PSD, apesar de muitas analistas defenderem que o método de Hondt favorece o bloco da direita se for coligado logo de início.
“Sempre disse que precisamos de 116 deputados para tirar o Governo a António Costa e as esquerdas encostadas. Queremos contribuir o mais possível para esses 116 deputados, num momento em que já não se joga o primeiro lugar nas eleições, mas quem soma 116 deputados e em que, pela primeira vez, temos um voto muito mais livre, porque na nossa perspetiva o voto útil acabou”, disse Assunção Cristas.
Sempre disse que precisamos de 116 deputados para tirar o Governo a António Costa e as esquerdas encostadas.
“Não é um delírio da minha parte o CDS”, querer ser a primeira escolha, assegura. O partido “tem estado a trabalhar muito”. “Devemos dizer que somos uma alternativa clara, inequívoca, com uma estratégia cristalina”. Questionada se estava a vender uma fábula aos portugueses apenas respondeu: “Não estou a vender coisa nenhuma”. “Estou a trabalhar com grande humildade e realismo”, frisou.
“Sabemos de onde partimos, mas sabendo que quem não sonha não alcança, quem não trabalha para atingir o sonho nunca chegará a lado nenhum. É legítimo dizer a toda a gente que connosco é possível chegar mais longe“, sublinhou. Assunção Cristas explicou ainda que a estratégia do partido, que esteve reunido em congresso no passado fim de semana, é avançar sozinho para as legislativas.
“Sozinhos, PSD e CDS, somos capazes de chegar a mais pessoas, de ter um discurso diferenciador que possa captar mais eleitorado, nomeadamente aquele que nos interessa: as pessoas que estão desacreditadas da política, que não votam”. Os descontentes do PSD? “Sei muito bem onde estão os adversários e onde estão os amigos”, responde Assunção Cristas, dizendo que o PSD é “um partido amigo” e que quer que “esteja forte”.
Sozinhos, PSD e CDS, somos capazes de chegar a mais pessoas, de ter um discurso diferenciador que possa captar mais eleitorado.
“A nossa estratégia é ser uma alternativa ao Governo das esquerdas unidas”, diz a líder do CDS, recusando admitir que ao avançar que quer ser primeira-ministra na verdade quer suplantar o PSD. “Queremos ser uma alternativa e para isso temos de trabalhar para que haja uma alternativa de centro direita em Portugal. E para isso é necessário ter um bloco de 116 deputados”, diz. “Se o CDS puder ser a primeira escolha, com certeza que quero ser a primeira escolha. É legítimo, é uma ambição de servir”, garante.
Assunção Cristas rejeita que o seu adversário seja Rui Rio, ainda que ao Expresso (acesso pago) tenha dito que era melhor do que o atual líder do PSD, e elege “António Costa e as esquerdas encostadas” como o adversário nas próximas eleições legislativas. “Estamos a trabalhar numa nova forma de fazer política”, garante. “O CDS é um partido jovem e renovado”, acrescenta.
Cristas rejeita que a sua ambição está desajustada das sondagens divulgadas até hoje. “E quanto davam essas sondagens para Lisboa?”, questionou, lembrando que “o CDS vive há muitos anos com sondagens que não são próximas da realidade”. Assunção Cristas e recordou que nas últimas eleições europeias, na semana anterior ao escrutínio, apontavam que o CDS não ia eleger nenhum deputado e acabou por eleger dois.
Quanto aos debates quinzenais, a líder do CDS-PP lamenta o tom “muitas vezes inapropriado” de António Costa, já que “independentemente dos pontos de vistas serem diferentes”, o debate deve ser feito “com elevação”. Mas admite que essa estratégia de Costa seja para a condicionar, mas garante que não se deixa condicionar e que a sua aposta é fazer “oposição construtiva”. Respira fundo e prossegue, garante.
Quanto a Paulo Portas reconhece que fala “pouco com ele, porque anda pouco pelo país”, rejeita que o facto de Adolfo Mesquita Nunes ter assumido a sua homossexualidade tenha sido útil para o partido e rejeita que a escolha de Nadia Piazza, da associação de vítimas de Pedrógão, para participar na elaboração do programa eleitoral do CDS seja populismo.
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