Angola já recuperou os 500 milhões do filho de Eduardo dos Santos

  • Lusa
  • 9 Abril 2018

Esta transferência está em investigação pelas autoridades angolanas e britânicas, tendo José Filomeno dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos, sido constituído arguidos em Angola.

O Ministério das Finanças de Angola confirmou já ter recuperado os 500 milhões de dólares transferidos para uma conta bancária em Londres, numa operação alegadamente ilícita que envolveu José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano.

“Como resultado das várias diligências encetadas, cumpre-nos levar ao conhecimento público que os 500 milhões de dólares [406 milhões de euros] americanos já foram recuperados, estando em posse do BNA [Banco Nacional de Angola]”, lê-se num comunicado enviado hoje à Lusa.

Esta transferência está em investigação pelas autoridades angolanas e britânicas, tendo José Filomeno dos Santos, filho do ex-chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, e o ex-governador do BNA sido constituídos arguidos em Angola.

O Ministério das Finanças acrescenta as autoridades angolanas se mantêm “empenhadas na recuperação da totalidade dos valores pagos” no âmbito da estruturação da operação financeira alegadamente fraudulenta, “nomeadamente, a recuperação de 24,85 milhões de euros, indevidamente transferida para a conta da empresa Mais Financial Services, resultante de uma prestação de serviços não realizada”.

Ilhas Maurícias congelam fundos do gestor do Fundo Soberano de Angola

As autoridades financeiras das Ilhas Maurícias anunciaram, esta segunda-feira, o congelamento de sete fundos geridos pelo suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, no seguimento de uma reunião do primeiro-ministro das Maurícias com um representante do Governo de Angola. A gestora destes fundos diz que não tem qualquer envolvimento na transação de 500 milhões que está a ser investigada.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, os sete fundos cujas contas foram congeladas estavam em três bancos e eram propriedade da Quantum Global Group, que está a gerir três mil milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), segundo noticiou o jornal suíço Le Matin Dimanche em novembro. Já o jornal das Ilhas Maurícias L’Express, que teve acesso aos documentos judiciais, dá conta de que o congelamento dos fundos acontece depois de um representante do Governo angolano se ter reunido com o primeiro-ministro, Pravind Jugnauth, na terça-feira.

Os ativos nestes fundos estão avaliados entre os 150 e os 200 milhões de dólares, segundo duas fontes anónimas citadas pela Bloomberg, que dá conta ainda de que a comissão cobrada por Bastos de Morais para gerir os três mil milhões de dólares do Fundo Soberano será de 60 a 70 milhões por ano.

Contactada pela Bloomberg, a Quantum Global disse estar em contacto com as autoridades e que iria ter uma atualização detalhada sobre este assunto nos próximos dias, não respondendo, no entanto, às questões sobre a suspensão dos fundos. No comentário enviado, esta holding diz que “a Quantum Global Group reitera que nem o grupo, enquanto gestor do FSDEA, nem o seu fundador, estão envolvidos na transação de 500 milhões de dólares que está a ser investigada pelas autoridades angolanas“.

As ligações entre o antigo presidente do FSDEA e o gestor com nacionalidade suíça e angolana têm sido alvo de críticas por parte da oposição e de várias organizações que questionam os montantes envolvidos e a aplicação das verbas sob gestão da Quantum Global.

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