REN quer construir cabo submarino para fazer ligação elétrica a Marrocos
A energética vai apresentar uma proposta para a construção de um cabo de 220 quilómetros para interconexão elétrica que vai ligar Portugal a Marrocos.
A REN e a sua homóloga marroquina têm até ao final do ano para apresentarem uma proposta de anteprojeto de construção e modelo de financiamento para a interligação elétrica Portugal-Marrocos, com base no estudo de viabilidade técnico-económico.
De acordo com a declaração conjunta assinada esta quarta-feira, os operadores de rede de transporte de ambos os países, a REN – Redes Energéticas Nacionais e a ONEE – Office National de l’Electricité et de l’Eau Potable, foram mandatados “para que até ao final do ano apresentem uma proposta de anteprojeto de construção e modelo de financiamento para a construção da interligação Portugal-Marrocos, com base nos resultados do estudo de viabilidade técnico-económico da interligação Marrocos-Portugal”.
Em causa, está mais um passo no projeto de construção de um cabo para interconexão elétrica, com 220 quilómetros, entre os dois países. Neste sentido, lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso, os operadores deverão articular-se com a DET NORSKE VERITAS PORTUGAL – Classificação, Certificação e Serviços, Lda., empresa responsável pela execução do estudo de viabilidade da interligação elétrica entre a República Portuguesa e o Reino de Marrocos, com vista à troca de informações técnicas no âmbito do estudo técnico de viabilidade da interligação elétrica entre ambos os países.
Além disso, o Ministério da Energia, Minas e Desenvolvimento Sustentável e o Ministério da Economia da República Portuguesa decidiram criar um grupo de trabalho, composto por três representantes, que cada signatário indicará, que reunirá mensalmente, para analisar o andamento da proposta de anteprojeto de construção e de modelo de financiamento para a construção da interligação elétrica Portugal-Marrocos.
O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que representou o Governo português, considerou a declaração conjunta assinada hoje “um passo decisivo para a construção da interligação entre os dois países”. Este projeto de investimento para a construção do cabo de interligação elétrica está avaliado entre 500 e 700 milhões de euros, tendo como modelo técnico e financeiro o esquema de operação usado na ligação edificada entre a Holanda e o Reino Unido, que custou cerca de 600 milhões de euros.
O investimento permitirá aos dois mercados exportarem e importar energia, reforçando a segurança de abastecimento e melhorando a competitividade dos respetivos sistemas elétricos.
Na sexta-feira, o presidente executivo da REN, Rodrigo Costa, disse que a gestora da rede elétrica nacional tem uma margem de até 400 milhões de euros para investir em novas oportunidades até 2021, além do intervalo previsto de entre 480 e 580 milhões de euros. “Temos um intervalo médio ano a ano durante os próximos três a quatro anos [entre 120 e 145 milhões de euros].
Os 400 milhões são uma disponibilidade natural para investir fora desse CAPEX [investimento] normal e inclusive estamos a dizer que pode ser aplicado em Portugal ou na zona da América latina onde já estamos hoje [Chile]”, explicou Rodrigo Costa, quando questionado sobre a referência no plano estratégico deste montante para investir “em novas oportunidades de crescimento”.
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