Vasco Cordeiro defende que PS deve pedir maioria absoluta
O líder do PS/Açores entende que o compromisso do PS é “com o país e com os portugueses e não deve estar subordinado aos interesses de outros partidos sejam eles quais forem”.
O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, defendeu hoje que o PS deve pedir a maioria absoluta nas próximas legislativas, e classificou como “instrumentais” os partidos que apoiam o Governo.
Numa intervenção perante o 22.º Congresso do PS, o também presidente do Governo Regional dos Açores foi o primeiro dirigente socialista a defender que o partido deve pedir a maioria absoluta, dizendo ser um “debate prematuro, apressado e precipitado” a discussão sobre como deve ser a solução governativa no pós-2019.
“Prematuro porque tal significa prescindir já daquilo que me parece legítimo, possível e desejável, que é o PS pedir aos portugueses um reforço de confiança que se traduza numa maioria absoluta nas próximas legislativas”, defendeu, recebendo um forte aplauso dos congressistas.
Para Vasco Cordeiro, o compromisso do PS é “com o país e com os portugueses e não deve estar subordinado aos interesses de outros partidos sejam eles quais forem”.
“O PS é o equilíbrio virtuoso entre vários interesses em presença, os partidos que apoiam este Governo são instrumentais para garantir esse equilíbrio virtuoso”, apontou.
O dirigente socialista apontou que um Governo do PS tem responsabilidades “bem para além da simples reversão da austeridade”, a de “pôr o país no caminho do crescimento económico”.
Sublinhando que, nos Açores, o PS conquistou em 2016 a sua sexta vitória consecutiva em eleições regionais e a sua quinta maioria absoluta seguida, Vasco Cordeiro deixou alertas sobre a necessidade de reforço das autonomias.
“Tem sido o PS o partido das autonomias. Num momento em que tanto se fala de descentralização, e o PS ergue bem alto esta bandeira, é oportuno lembrar que as autonomias regionais são o caso de descentralização mais bem-sucedido da história do Portugal democrático”, disse.
Vasco Cordeiro defendeu que “este caso de sucesso deve ser reforçado e aperfeiçoado”, quer ao nível de uma intervenção da arquitetura institucional das regiões autónomas, quer no caso de competências em novas áreas de intervenção, como o mar.
“Não é possível falar de descentralização sem, mais cedo ou mais tarde, falar do reforço e do aprofundamento das autonomias regionais”, alertou.
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