Há mais um fundo a atacar o Novo Banco. Diz que houve incumprimento na dívida
Winterbrook, um hedge fund britânico, acusa o Novo Banco de ter várias obrigações em default. E isto devido à decisão do BdP de transferir dívida do Novo Banco para o BES, em dezembro de 2015.
Há mais um fundo a atacar o Novo Banco. O Winterbrook Capital acusa o banco liderado por António Ramalho de ter várias obrigações em default. Uma consequência, diz o hedge fund londrino, da decisão do Banco de Portugal de transferir dívida do Novo Banco para o BES “mau”, em dezembro de 2015. Esta medida está também a ser contestada por um outro grupo de grandes investidores, que acusa o regulador de “discriminação”.
O Winterbrook escreveu, no início e em meados de junho, à administração do Novo Banco para alertar para “várias situações de default” em títulos de dívida — no âmbito de um programa de emissão de obrigações com um valor entre 10 e 20 mil milhões de euros — que foram originalmente emitidos pelo BES Finance, de acordo com a Reuters.
Para este investidor, este incumprimento da dívida resulta de várias medidas de resolução adotadas pelo banco central liderado por Carlos Costa em 2014 e 2015. E que já foram contestadas por vários investidores. O fundo diz ainda estar particularmente preocupado com a decisão tomada pelo Banco de Portugal, no final de 2015, de transferir mais de dois mil milhões de euros de obrigações do Novo Banco para o BES.
Este fundo não é o único a contestar esta decisão. Num outro processo, no qual o Winterbrook não está incluído, o chamado Novo Note Group, composto por grandes investidores do BES como a Attestor Capital, BlackRock, CQS e Pimco, tem vindo a pressionar o Banco de Portugal a encontrar uma solução para as perdas dos seus clientes.
Este grupo acusa a entidade liderada por Carlos Costa de “discriminação em razão da nacionalidade”. Isto porque, explicam, os investidores nacionais não foram sujeitos a esta transferência realizada após a resolução da instituição financeira. Acusações que são totalmente rejeitadas pelo regulador por considerar que esta “discriminação” apenas se aplica a Estados-membros. Os fundos são norte-americanos.
A contestação do fundo Winterbrook vem pressionar o Novo Banco, numa altura em que a instituição financeira está a fazer um roadshow para colocar dívida. O banco pretende obter 400 milhões de euros através de títulos de dívida subordinada, denominada de Additional Tier 2, a mesma que a CGD emitiu recentemente.
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