Governo e professores em guerra de números há cinco meses
Esta quarta-feira, as partes sentam-se à mesma mesa para explicar as contas. Reunião acontece na semana em que do Executivo chegam sinais contraditórios sobre a contagem do tempo de serviço.
O Governo e os sindicatos dos professores reúnem-se esta quarta-feira pelas 9 horas para falar sobre os custos das progressões das carreiras, resultante da contagem do tempo de serviço que esteve congelado. O objetivo do encontro é que cada uma das partes explique à outra como chegou ao cálculo do impacto orçamental da medida, mas o mesmo acontece numa altura em que do Executivo chegam sinais contraditórios sobre a disponibilidade para ir ao encontro das pretensões dos sindicatos.
Desde o início do ano está em vigor o descongelamento das carreiras na Função Pública, que também abrange os professores. No entanto esta medida não considera no caso dos professores a contagem do tempo de serviço que esteve congelado nos últimos anos. E é neste ponto que se situam as divergências.
Os sindicatos pretendem que o Governo conte os nove anos, quatro meses e dois dias em que as carreiras estiveram congeladas. Mas o Governo propôs apenas a contagem de dois anos, nove meses e 18 dias.
No início de março, e depois de conhecida a proposta do Governo que aceitava descongelar apenas uma parte do tempo, o líder da Fenprof, Mário Nogueira, assinalou as divergências entre os valores da proposta do Governo e os montantes da proposta dos sindicatos. Já depois disso, o Governo comparou as propostas e concluiu que enquanto a sua custa 519 milhões de euros, a dos sindicatos pesa 1.154 milhões de euros. Uma divergência que esta quarta-feira tentarão explicar.
A reunião de hoje acontece depois de as negociações terem sido interrompidas a 4 de junho. A ideia é depois de esclarecidos os cálculos, retomar as negociações em setembro. No entanto, os sinais que chegam do Executivo apresentam sinais contrários. Mário Centeno, o ministro das Finanças, defendeu esta segunda-feira, em entrevista ao Público, que o Orçamento do Estado para 2019 “é para todos” e não só para os professores, dias depois de o Público ter avançado que o Governo quer fechar o acordo em setembro e que o primeiro-ministro já admite dar mais do que os dois anos, nove meses e 18 dias.
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